Um evento simbólico ocorreu na noite desta quarta-feira (28). O governador Paulo Hartung (PMDB) subiu, literalmente, no palanque de Erick Musso (PMDB), candidato a prefeito em Aracruz, em um comício que – segundo os organizadores – levou 8 mil pessoas à conhecida Praça da Paz, no Centro da Cidade. Até então, Hartung não havia participado de evento político de nenhum candidato, mas em entrevista recente já demonstrava sinais de que isso não tardaria. Alegando “pedidos”, “pressões” e necessidade “das forças políticas e sociais para tocar o governo pra frente”, Hartung não descartou a possibilidade. Provavelmente, já tinha Erick em mente quando fez tal afirmação. Mas a grande questão é: por que Aracruz? Já que há tantos aliados no jogo, muitos precisando de socorro nesta reta final. Uns dizem que é para marcar território frente a Renato Casagrande (PSB), mas o partido do ex-governador está justamente acomodado na coligação de Erick. Outros dizem que é para garantir apoio de Musso na CPI dos Empenhos, já que o deputado estadual estaria sofrendo “assédio” de Casagrande, mas essa suposta disputa parece ter um vencedor há bastante tempo, tendo em vista a proximidade de Erick e Hartung. Outras duas teses de bastidores circulam por aí: a própria boa relação entre os dois políticos e também a real possibilidade de Erick Musso perder a eleição, parte em virtude da rejeição ao atual prefeito Marcelo Coelho (PDT), que apoia o deputado estadual e pertence ao seu grupo político. Essa rejeição teria colado em Erick. Como na cidade Jones Cavaglieri (SD) é apontado como um dos favoritos para levar o pleito de domingo, a ida de Hartung teria sido a cartada final para tentar reverter o quadro.
Outra cartada
Caso a quarta tese da ida de Hartung a Aracruz seja a que vale (podem existir outras tantas mais), pode ser aplicável nesta reta final em Vila Velha. O governador declarou apoio a Rodney Miranda (DEM) em seu último programa na TV. Por lá, o candidato enfrenta Max Filho (PSDB) e Neucimar Fraga (PSD), que o isolaram nos debates e nas trocas de farpas. Mesmo apoio foi dado a Sergio Vidigal (PDT) na Serra, que trava duro embate com Audifax Barcelos (REDE).
Ataque I
Falando em Vidigal, o deputado Bruno Lamas (PSB) saiu em ataque ao pedetista em vídeo que circula por aí. Disse que decidiu votar em Audifax por ele ter as mãos limpas e também por causa de Márcia Lamas (PSB), a candidata a vice que por acaso é ninguém menos do que sua mãe.
Ataque II
Mas a campanha do deputado federal e presidente do PDT no Estado também tem ‘mostrado os dentes’, ao acusar Audifax de utilizar sua licença médica para as atividades de campanha.
Mais do mesmo
Nada mudou no último programa de TV dos candidatos a prefeito de Vitória. Luciano Rezende (PPS) continuou cantando a reza do Vitória em primeiro lugar; Amaro Neto (SD) se disse o representante do povo e Lelo Coimbra (PMDB) ressaltou a tese de que é o mais preparado para colocar Vitória no caminho certo. Perly Cipriano (PT), por sua vez, insistiu em combater os representantes do “golpe”.
Desconectada
É vergonhosa a situação da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) neste período de eleição. Quase nunca tem havido quórum. Será que a sociedade capixaba não precisa do Legislativo? Não há nenhuma discussão relevante a ser feita? Nenhum projeto importante a ser aprovado?
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