A CPI da Cesan voltou a sacudir a Assembleia Legislativa, nessa segunda-feira (10). Vários deputados discursaram sobre o tema. O deputado Euclério Sampaio (PDT), um dos idealizadores da CPI, disse que muitas autoridades tratam a Cesan como “orgulho dos capixabas”, mas têm a intenção de privatizá-la. Ele criticou o serviço prestado pela empresa. “Tem muitos bairros que têm água, mas outros não têm água nem esgoto”, disparou.
Cadê o dinheiro?
A CPI é ameaçada de não sair do papel, graças a um texto do governo, empurrado às pressas para o colo dos parlamentares, que viabiliza a possibilidade de retirada de assinaturas da lista de apoio à abertura da investigação. Euclerio chegou a questionar, na tribuna, se há algum receio em se investigar a Companhia. “Por que tanto medo de se descobrir de onde vem o dinheiro do Prodespol, Prodesan e Águas Limpas. Cadê os R$ 300 milhões para despoluir a Baía de Vitória?”, perguntou.
Barrada pelo governo
Quem também assinou a CPI da Cesan foi Da Vitória (PDT). Em discurso, ele citou o prefeito de Vitória Luciano Rezende, que vem questionando a atuação da empresa na cidade. “Vimos uma manifestação da administração de Vitória para debater o valor do serviço no município e o percentual de tratamento. Já tivemos informação que era 100%, mas hoje sabemos que isso não existe. Qual a preocupação de não deixar a CPI andar?”, indagou, referindo-se as tentativas de barrar a CPI por parte de integrantes do governo.
Emenda jabuti
Não adiantou atacar o projeto que obriga a divulgação de votações nominais no site da Assembleia Legislativa. Nessa segunda (10) o texto voltou à pauta e foi aprovado. O projeto passou com a emenda apresentada pelo líder do governo, Gildevan Fernandes, que trata sobre a exclusão de assinaturas em listas de apoio à CPIs, tema que nada tem a ver com o projeto. Mas, como manda quem pode, obedece quem tem juízo, mesmo com dois votos contrários na Comissão de Justiça, a “emenda jabuti” ficou.
União dos perdedores
Após perderem as eleições internas do PT, nesse domingo (09), o ex-prefeito João Coser e o deputado estadual Nunes devem unir forças para conquistar parte dos 26 delegados que ficaram do lado de Givaldo Vieira, cabeça da chapa vencedora. Os aliados de João e Nunes, que, embora em chapas diferentes, defendam a permanência do PT na base do governo, dizem que do jeito que está é melhor. Alguns poucos petistas disseram à Coluna que ter as cadeiras no governo garante espaço no mercado político.
Recado do PT
Vale citar que o resultado das eleições internas do PT é termômetro para o que vai ser o processo eleitoral em 2018. O governo do estado começa a se movimentar com preocupação e tem que agir rápido, isso porque pode ficar sozinho no palanque. O PSDB do vice-governador Cesar Colnago já sinalizou que não vai dar suporte ao governo ano que vem e no DEM, Paulo Hartung não pode mais confiar. Restam ainda o PT e o PDT. Cenas para o próximo capítulo.