PPS e Rede reclamam maior espaço no tabuleiro eleitoral
O fim de semana trouxe a intensificação das conversas e amarrações visando as coligações para a eleição que bate à porta. E tornou as negociações mais agudas e definitivas. Com isso, vêm à tona insatisfações variadas. Duas delas chamam mais atenção, por se tratar de dois partidos pequenos, que desde o início angariaram apoio cada um a uma das candidaturas que hoje formatam uma polarização. PPS – aliado de primeira hora de Renato Casagrande – e Rede – que de forma antecipada cravou apoio à Rose de Freitas.
As razões do PPS
O PPS tornou público seus “motivos pra ir embora”. As coligações proporcionais oferecidas soam inoportunas para a sigla. A perna para federal, segundo o presidente do PPS no ES, Fabrício Gandini, com PDT/DEM/PSDB (e, talvez, também PR) é vista como uma roubada na matemática da eleição e um paradoxo político. “Não é o grupo com o qual temos afinidade. Correríamos o risco de eleger alguém que não gostaríamos”, disse ao Folha Vitória, ainda no sábado.
As razões do PPS II
Outro ponto de insatisfação é a posição tomada pelos dois vereadores da bancada do PSB na eleição da Câmara de Vitória (controlada pelo grupo do prefeito Luciano Rezende – PPS). Davi Esmael e Natham Medeiros pularam a cerca e apóiam o candidato da oposição, Cleber Félix (Progressistas). E o PPS crê que tenham sido liberados para decidir por conta própria pela executiva estadual.
Apesar das insatisfações, o PPS se reuniu ontem e decidiu permanecer ao lado de Casagrande por enquanto, e, “somente se não obtiver êxito”, tentar “outras alianças”. Definiu ainda que a candidatura de Marcos do Val ao Senado é uma prioridade.
O clima no PSB
No PSB, pegaram mal as declarações de Gandini, ainda mais por terem sido externadas via imprensa. Os socialistas acreditam que incluir a questão municipal nas conversas para a eleição é uma atitude menor. Quanto à perna oferecida para estadual, o PPS quer entrar na de PSB/PP. Oficialmente, o PSB diz que respeita o aliado e vai buscar uma condição que mantenha-o ao seu lado.
O contexto da Rede é semelhante
A Rede Sustentabilidade, por sua vez, apresenta um perfil muito semelhante ao do PPS dentro do contexto em que se debate o tema. É um partido pequeno ainda (muito embora tenha na figura de Marina Silva uma oportunidade de projeção nacional), e que desde o começo da corrida eleitoral marcou posição ao lado da candidatura da senadora do Podemos. Ou seja, ambas as siglas foram fiéis aliadas de primeira hora, em um momento em que Casagrande e Rose ainda tinham muita dificuldade para atrair alianças devido ao cerco hartunguista.
As razões da Rede
Na Rede, o desejo é que Rose “não dê motivo”. Mas a declaração do presidente do PSD, Neucimar Fraga de que é possível levar o PR de Magno Malta para o palanque de Rose, não desceu goela abaixo dos redistas. É que, se isso acontecer, a candidatura do redista Fabiano Contarato ao Senado seria rifada – já que são duas vagas e uma já é de Amaro Neto. O delegado de polícia teria então que descer para uma candidatura a deputado federal. “Nós acreditamos que Contarato pode ser o segundo voto de muita gente, o nome dele é viável e vamos mantê-lo no páreo”, disse um dirigente do partido. No sábado, uma nota oficial foi divulgada confirmando a manutenção de Contarato pré-candidato a senador.
As razões da Rede II
Outra preocupação da Rede é com uma certa dificuldade de acomodação nas pernas para federal e estadual. No caso da disputa à Assembleia, as conversas parecem estar andando nos últimos dias, mas, na perna federal, a Rede não abre mão de ocupar um espaço que permita ter chances reais de eleger um nome à Câmara. “Um candidato ao Senado e ser competitivo na busca de um deputado federal, não é pedir muito né?”, diz a fonte redista da coluna.