As reviravoltas de sábado
O dia de ontem foi marcado pela realização de diversas convenções partidárias. Como era esperado, houve muita mudança de última hora nas posições já “decididas” anteriormente. Apesar de ser comum e até natural na política que haja esses encontros e desencontros, na profundidade com que vimos desta feita (com assinaturas em “cartas de apoio” sendo legadas à condição de souvenir e palavras que se propunham sólidas esfarelar ao vento), fica evidente que tudo é uma questão de conquista de espaço dentro da matemática das coligações. Ainda bem que elas estão com os dias contados, já que em 2020 esse sistema controverso não irá mais valer.
Casagrande vitaminado
O PSB demonstrou força, levando uma pequena multidão à convenção estadual do partido. O clima era de franco favoritismo, com apupos de “o campeão voltou”. De quebra, Progressista, PHS, PCdoB, PROS e PDT referendaram apoio a ele.
Puro sangue
Aliás, a perna para estadual é a última grande pedra no sapato de Casagrande. Isso porque os deputados do partido na Assembleia (Bruno Lamas e Eustáquio Freitas) se uniram aos principais pré-candidatos a deputado estadual num “movimento” que bate o pé e não aceita fazer coligação com mais ninguém, sob o argumento de que foram eles que suportaram o “exílio na Sibéria” durante os quatro anos da gestão Hartung.
Lenise em destaque
Embora dentro do PSB – e também dos demais partidos da aliança de Casagrande – o entendimento é o de que ter um candidato ao Senado e um à vice seja demais para o PPS, o apelo de uma vice governadora mulher é forte, e a proximidade literal com que Lenise Loureiro ficou de Casagrande durante a convenção levanta a hipótese de que o próprio candidato a governador tenha “uma queda” pela ideia.
Perfil
Além do fato de ser mulher, pesa a favor dela o perfil técnico. Lenise já esteve no Governo do Estado e, antes de ser pré-candidata a deputada federal, era secretária de Desenvolvimento da prefeitura de Vitória. Além disso, é uma aliada histórica do prefeito Luciano Rezende.
MDB sai do muro
O MDB fez parecido com o PSDB. Ficou nessa de “amanhã eu vou lá hoje” até o último instante. Mas, como os tucanos fizeram com Casagrande, eles também fizeram com Rose. Após a convenção partidária que deixou no ar uma dúvida quanto à aliança entre ambos, houve uma reunião ontem à noite na casa da senadora. Com um chapão dos nove partidos integrantes da aliança, e o nome de Zé Carlinhos da Fonseca para federal – o que atende aos interesses de Lelo Coimbra – foi fumado o cachimbo da paz.
PRB e PR com PSL
Outra grande surpresa dos “embalos de sábado” foi a formação de aliança entre as três siglas, com direito a “puxada de tapete” no coronel Carlos Alberto Foresti, que foi rifado da disputa a governador para dar lugar ao deputado federal Carlos Manato. A chapa é um “bloco de granito”, ou seja, é única tanto para majoritária quanto proporcionais de federal e estadual.
Ninguém estava esperando
Ninguém além dos dirigentes dos partidos diria ser provável a aliança, que foi considerada uma “tacada de mestre”. De uma só vez, tirou o PSL do isolamento e deu musculatura ao palanque de Jair Bolsonaro no ES, e fez um “strike” pegando Rose de Freitas, Renato Casagrande e Paulo Hartung de surpresa. Os dois primeiros ainda contavam com Magno Malta em seus palanques, e o último viu o grupo de aliados dentro do PRB ganhar voo próprio.
E Foresti?
Pobre coronel Foresti. Ficou igual noiva abandonada no altar. Estava em Castelo, fazendo selfies para as redes sociais, quando soube por terceiros que era carta fora do baralho. Isso talvez explique o silêncio monástico ao qual se condicionou nas últimas duas semanas – talvez já percebendo que não teria tamanho para seguir na empreitada. De todo modo, depois de ter posado de candidato nas páginas dos jornais e sido apresentado como tal na reunião com o presidenciável Jair Bolsonaro, ficou ruim pra ele.
E Hartung não vai mesmo
Enfim, confirmou-se que o governador Paulo Hartung não irá mesmo ser candidato a nada nestas eleições. O que se diz nos bastidores é que ele teria perdido o timming da possível volta. Quando tentou, a base aliada – de tanto acreditar que não viria mesmo – já havia se fragmentado entre Casagrande, Rose e o PSL. Hartung também não contou com a “vitaminada” na candidatura de Alckmin, que conseguiu apoio do centrão e um grande tempo de TV, e já aparece em primeiro lugar nas pesquisas sem Lula.
Hoje tem mais
Confira as convenções do dia de hoje:
Patriota – 8h – Novo México, Vila Velha.
PSL – 9h – Escritório do partido, Serra. Assessoria de imprensa do partido no ES confirma presença do candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro.
PR – 9h – Cerimonial Casa Di Lucca, Vila Velha. Bolsonaro também vai aparecer por lá.
PMN – 9h – Plenário da Assembleia.
PRP – 9h – Assembleia Legislativa.
PPS – 10h – Câmara Municipal de Vitória.
PV – 13h – Câmara de Vitória.
PTC – 13h – Câmara de Vitória.
PT – 15h – Sede estadual, Centro de Vitória.