Da Lama ao Descaso

3 anos de descaso e dor

Hoje é um dia triste para capixabas e mineiros, e também para todo o Brasil. Há 3 anos, um crime ambiental de enormes proporções de consolidava, consequência da junção do descaso do Poder Público, que não foi eficaz no papel de fiscalizador, e da ganância desmedida da Samarco e de suas controladoras, Vale e BHP/Billiton.

3 anos de descaso e dor II

A chamada tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem do Fundão, em Minas Gerais, arrasou a bacia hidrográfica do rio Doce – um dos rios mais antigos da Humanidade -, causando 19 mortes e prejuízos incalculáveis, destruindo comunidades ribeirinhas e interferindo na vida de toda a população da área de abrangência da bacia.

Socorro a Londres

Como o processo de reparação de danos e indenização dos atingidos parece ser algo “pra inglês ver”, uma comissão de representantes dos atingidos foi à Londres pedir socorro. A comissão entregou uma Carta de Reivindicações a parlamentares, entidades civis e à imprensa inglesa. A Fundação Renova – entidade criada para gerenciar o processo de recuperação – limita-se a dizer que ainda não recebeu o documento oficialmente.

Enquanto isso…

Até hoje ninguém foi preso, e nenhuma das 21 pessoas processadas foi condenada. No dia 9 de outubro, a Justiça Federal trancou a denúncia contra o ex-presidente do Conselho de Administração da Samarco, José Carlos Martins. Ele respondia por homicídio qualificado. Enquanto isso, a pesca continua proibida nas regiões afetadas, e deve ser assim pelo menos até agosto do ano que vem, quando um novo estudo biológico será divulgado. Ainda há muitas dúvidas quanto à qualidade da água e à existência ou não de risco para a população que a consome.

Tozi de volta à Sesa

Faltando dois meses do final do mandato do governador Paulo Hartung (MDB), um de seus mais diletos aliados acaba de ser nomeado para a Secretaria de Saúde. O ex-secretário estadual de Saúde, Anselmo Tozi – candidato derrotado a deputado estadual em outubro – agora é assessor especial nível 3. Até abril, ele foi diretor de administração e meio ambiente da Cesan, de onde saiu para disputar a eleição. O salário de Tozi será de R$ 9.331,69.

Celeuma

Continua a celeuma entre o atual e o futuro Governo do Estado com relação ao repasse dos convênios assinados recentemente com várias Prefeituras. Enquanto a Associação dos Municípios do ES (Amunes) defende a manutenção dos pagamentos de forma integral, o Tribunal de Contas discute hoje se mantém ou suspende os convênios. O governador eleito, Renato Casagrande, está de cabelo em pé com o risco de encontrar os cofres vazios no ano que vem.