Primeiro encontro
O governador eleito Renato Casagrande (PSB) esteve nesta quarta, dia 14, em Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil, onde trabalha a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Ele participou do primeiro encontro entre os futuros governadores com o futuro presidente. Todos os 27 governadores foram convidados oficialmente, e 19 deles marcaram presença. O Nordeste é que não foi, quer dizer, apenas o governador do Piauí foi, Wellington Dias (PT) – que negou ter havido “boicote regional”.
Importante, mas superficial
Casagrande avaliou o encontro como muito positivo, mas disse que, “pela própria característica desse tipo de encontro”, que não houve como aprofundar nos temas afetos aos Estados. Uma Carta dos governadores foi entregue a Bolsonaro. “Ali está o embrião de uma agenda federativa, na visão dos governadores, é o que pensamos para o Brasil”, resumiu o socialista. A Carta ainda não foi divulgada à imprensa.
Dívidas
O ES gasta cerca de 42% da receita corrente líquida com folha de pagamento. Considero o número alto, mas ainda longe do aperto vivido por 14 estados, que já ultrapassaram em muito o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Minas Gerais, por exemplo – campeão de gastos – destina 79% da receita corrente líquida para gastos com pessoal. Além do aperto financeiro, os governadores querem discutir compensações à Lei Kandir, acesso maior e melhor a recursos e como resolver o gargalo da dívida pública.
Bolsonaro
O presidente eleito foi bem claro. Antes de dar a mão em auxílio aos Estados, a União vai ter de fazer um esforço para resolver a própria situação. Que não é nada boa, diga-se. O déficit nas contas públicas do Governo Federal em dois mil e dezenove bate na casa dos R$ 139 bilhões.
Outras agendas
Conversei com Casagrande por telefone no início da noite. Ele disse que aproveitou a viagem para fazer agendas também nas embaixadas da Itália – para tratar dos interesses da grande população de ascendência italiana do ES – e da China – maior parceiro comercial do Brasil -, em função da força que o comércio exterior tem para o estado.
Samarco
Casagrande me disse ainda que na última terça esteve com o presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga Vilela. Em pauta, o cronograma de retomada das atividades da mineradora. Preocupado com a falta que faz o recolhimento de ICMS da atividade – cerca de 6% do PIB capixaba -, o governador eleito disse que seria bom se houvesse como antecipar a retomada, mas enfatizou que isso não será possível. A Samarco anunciou a volta às atividade para o início do ano de 2020.