A polêmica do Casarão Von Schilgen

Consulta pública

Na última semana, a Prefeitura de Vitória realizou consulta pública para definir o futuro do Casarão Von Schilgen, abandonado e servindo de morada de cães vadios e viciados em crack no coração da Praia do Canto, a área mais valorizada da capital. Um projeto de restauro será tocado pela Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV). O edital deve ser publicado em janeiro, e o secretário de Meio Ambiente, Luiz Emanuel Zouain, arrisca dizer que até o final de 2019 o imbróglio de mais de 10 anos chega ao fim com a obra concluída.

Projeto

A ideia é que o patrimônio arquitetônico tombado pelo Iphan seja restaurado para virar museu ou coisa parecida. Para isso, o Casarão tem que ser desmembrado do parque, cumprindo legislação federal que permite parceria com a iniciativa privada. Há interesse da Casa da Itália, do Sesc/Senac e também da Telemar.

Histórico

O parque foi criado na década de 90 após negociação com os herdeiros de Nicolau Von Schilgen, o que permitiu que parte do terreno abrigasse um condomínio com quatro grandes edifícios, obra muito criticada à época pela comunidade. No entorno dos espigões fez-se o parque, com cerca de 1.200 m² de área, mas quase toda ela sendo a pedra do Morro do Cruzeiro. Além de não cuidar do Casarão há muitos anos, a demora da Prefeitura para resolver o abandono dá margem às críticas.  

Associação de moradores

O presidente da Associação de Moradores da Praia do Canto (AMPC), Carlos Mariano Ayres, diz que é urgente dar uma utilidade pública ao local, mas se ressente da comunidade não ter sido avisada com mais antecedência sobre a consulta. “Poderíamos colaborar com ideias e até com trabalho voluntário”, diz. “A falta de diálogo vem desde o início da construção dos espigões”, alfineta.

Poder Público

Luiz Emanuel Zouain, por sua vez, garante que desde quando assumiu o cargo vem lutando contra a burocracia para resolver o problema. Ele também afirma que, além da consulta pública, o projeto já fora avaliado e aprovado no Condema e no Conselho do PDU, “com ampla participação popular”.  

 

Foto da coluna: Casarão Von Schilgen/Divulgação PMV.