Voo cego

Ação quer evitar leilão do aeroporto

Ajuizada nesta terça-feira na Justiça Federal, a Ação Civil Pública que contesta a “venda casada” do aeroporto de Vitória com o de Macaé não traz elementos novos e se fia na exposição das contradições apontadas pela Procuradoria Geral do Estado sobre o estudo técnico da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Contradições

À coluna, o procurador-geral, Alexandre Nogueira, destaca duas que considera “gritantes”. A primeira, cerca de R$ 100 milhões de investimentos sugeridos no estudo que já foram executados – como a necessidade da torre de iluminação, por exemplo, que já existe. A segunda, a exigência de que o aeroporto atinja capacidade de movimentação de 7 milhões de passageiros/ano, quando a capacidade já é de 8 milhões/ano.

Taxiando

Com as barbas de molho depois do (rápido) revés na mesma Justiça Federal em ação semelhante contra o processo que antecipa a renovação da concessão da ferrovia Vitória-a-Minas, o Governo do Estado tenta ganhar algum tempo para propor alternativas. Uma delas seria manter o leilão em bloco, mas com um aeroporto regional do ES no lugar do carioca. “Poderia até ser mais de um, temos Linhares, Cachoeiro e São Mateus, por exemplo, com aeroportos que necessitam de investimentos”, analisa Alexandre Nogueira.

Acenando

De todo modo,depois de fazer o que lhe coube – ajuizar a ação – restou pouco ao Governo do Estado além de “acenar da sala de embarque”, quer dizer, torcer para que a Justiça impeça o leilão, ou para que o futuro governo de Bolsonaro tenha outro olhar para os céus.

 

Foto da Coluna: José Eduardo Azevedo – Desenvolvimento – e Alexandre Nogueira – Procuradoria. (Fred Loureiro/Secom ES)