Burocracia e impunidade

Crime e castigo
Após o crime da Lama do Rio Doce, a população atingida nas dezenas de municípios de Minas e do ES foi duplamente castigada, graças à gestão das ações de reparação feita pela Fundação Renova. O crime completou três anos em novembro de 2018, com consequências ambientais, sociais e econômicas extemporâneas, e até agora poucos passos para além do “marco zero” da reparação foram dados pela entidade – criada especificamente para administrar o passivo do desastre.

Resumindo
Na última semana, o governador Renato Casagrande (PSB) reuniu-se com as entidades públicas que atuam em defesa dos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG) – MPF, Ministérios Públicos e Defensorias públicas dos dois estados. O procurador da República, Paulo Henrique Trazzi, resume a situação assim: “O caos ficou instalado por conta de uma atuação da Fundação Renova que deixa a desejar”. Não se sabe nem se os peixes podem realmente ser consumidos – o que leva à discussão sobre retomar a atividade pesqueira.

Renova a esperança?
O objetivo da reunião foi “dar as mãos” em busca de integração institucional para atender aos interesses das vítimas do crime ambiental. Em especial no ES, pois o estado não foi integralmente reconhecido pelas empresas como área atingida. Casagrande propôs um trabalho em parceria com os órgãos de defesa, que apresentaram toda a documentação do caso (TAC’s, processos, etc.), e integraram o ES no grupo de trabalho que trata do processo de reparação.

Enquanto isso, no verão…
Linhares é um dos municípios atingidos pela lama de rejeitos do rio Doce – é lá que está a foz do rio, em Regência Augusta. Ao que parece, o balneário – e também as lagoas Nova e Juparanã, não sofrem mais influência do episódio. Pelo menos de acordo com a prefeitura linharense, que inclui os três pontos na lista de locais próprios para banho no relatório do monitoramento de balneabilidade.