O fim dos coligações proporcionais

Coligações I 

Segundo especialistas, os mais prejudicados com o fim das coligações proporcionais depois da Reforma Eleitoral de 2017 são os partidos menores. Isso porque, pelo sistema antigo, os votos de todos os candidatos e legendas da coligação eram somados de forma conjunta. A tendência é que isso dificulte o processo para o partido pequeno, que vai ter dificuldade para montar chapa completa”, analisa o cientista político Darlan Campos.  

Coligações II 

A nova legislação estabelece que cada sigla poderá lançar até 150% do número de vagas existentes na Câmara Municipal de cada cidade. Por exemplo, no caso de Vitória, que conta com 15 cadeiras, cada partido poderá lançar 37 candidatos. Não existe obrigatoriedade de preencher todas as vagas. Mas, para se alcançar o coeficiente eleitoral haverá a necessidade de um número maior de candidatos, assim como de nomes com maior representatividade, caso contrário, o partido não conseguirá atingir os votos necessários. “Como cada partido vai contar sozinho na definição do coeficiente eleitoral, fica mais difícil quanto se tem menos candidatos”.  

Cenário 

Segundo especialistas uma possível característica dessas eleições é a migração de pré-candidatos para outros partidos. Além disso, quem tem já mandato e quer a reeleição pode ter dificuldade para montar uma chapa competitiva, considerando que já disputa com certa estrutura e isso pode afastar possíveis pré-candidatos da chapa. Nesse sentido, há uma tendência de junção de vários vereadores com mandato no mesmo partido como estratégia para disputar a reeleição.  

Doações 

Em 2015, o STF proibiu a doação de empresas para campanhas eleitorais. Pessoas físicas ainda podem doar. Pela lei, cada indivíduo pode contribuir com até 10% de seu rendimento no ano anterior ao pleito. Mas, sem o financiamento de empresas, quem vai pagar a cara conta das companhas?  

Fundo eleitoral  

Foi nesse cenário que o Congresso criou, em 2017, o fundo eleitoral para compensar as perdas. 2% são distribuídos de forma igualitária entre todos os partidos. O restante varia conforme a votação da sigla e a representação no Congresso. Quando maior a bancada, mais dinheiro. Ou seja, os maiores beneficiados são os grandes partidos.  

Mulheres 

Com o fim das coligações, cada partido deverá, individualmente, indicar o mínimo de 30% de mulheres filiadas para concorrer no pleito. Nas eleições passadas, com as coligações, vários partidos se apresentavam à Justiça Eleitoral como se fossem um só, e juntos apresentavam as candidaturas de mulheres. “Os partiddos estão mais preocupados com essa questão e estão procurando mulheres que, de falto, tenham interesse e vontade de disputar a eleição”, afirmou Darlan Campos.