Os políticos “radicalizados” citados por Casagrande

Casagrande falou sobre a politização da pandemia

Durante anúncio de medidas restritivas para conter o avanço do novo coronavírus no Espírito Santo, na última terça-feira (16), o governador Renato Casagrande (PSB) teceu diversas criticas a quem leva “tudo para o debate eleitoral e político”. “Eu não contarei com aqueles que são radicalizados, que querem politizar e ganhar resultado no enfrentamento”, disse.

Oposição

Diante as medidas impopulares – ainda que necessárias – a oposição mais radical cresce e se movimenta para se firmar diante apoiadores da ala mais conservadora. Em seu discurso, Casagrande não citou nomes, mas “a carapuça serve” para alguns personagens da política capixaba que não medem esforços para emitir posicionamento contrário ao governo estadual e às medidas mais restritivas de isolamento. Por outro lado, sobra vontade de defender o presidente Jair Bolsonaro.

Na Ales

Dentre os mais enérgicos nessa missão, está o deputado estadual Capitão Assumção (Patriota). Nesse caso, a questão vai além do discurso. Ele participou de manifestações nos últimos dias contra medidas restritivas de isolamento social. No último domingo (14), depois de uma passeata entre Vila Velha e a Praça do Papa, em Vitória, um grupo de manifestantes foi até a frente do apartamento de Casagrande, em Bento Ferreira, para criticar medidas adotadas pelo governo para combater a pandemia. Depois, dirigiram-se ao Bairro República para fazer o mesmo em frente à casa da mãe do governador.

Congresso

De Brasília, o deputado Evair de Melo (PP) também não poupa críticas à gestão Casagrande. Com o estreitamento de Bolsonaro com o Centrão, em meados do ano passado, Evair se tornou um dos vice-líderes do governo federal na Casa. A partir daí, seguiu de vez para o lado do Presidente e não tem economizado críticas ao governador.

Polêmica

Em uma das postagens nas redes sociais, no início deste mês, o deputado publicou informação divulgada por Bolsonaro, sugerindo que a União teria repassado ao Espírito Santo, em 2020, R$ 22 bilhões para combater a pandemia. Só não foi explicado que o valor também comtempla repasses obrigatórios do governo federal ao Estado capixaba. Na ocasião, vários governadores questionaram os dados divulgados pelo Presidente.

Manato

Também da bancada capixaba, Soraya Manato (PSL) faz parte da ala bolsonarista do partido. Médica e esposa do ex-deputado federal Carlos Manato (sem partido), utiliza as redes sociais como plataforma principal para as críticas – muitas delas também publicadas nas redes sociais do marido. Os dois compartilham o mesmo posicionamento. A diferença é que Soraya tem cargo eletivo, mas pouca expressividade política. Carlos Manato tem a experiência, mas sem mandato, perdeu espaço.

2022

Em comum, todos os nomes buscam defender Bolsonaro e contestar o que vai de encontro às verdades do Presidente. É nesse sentido que Casagrande “paga o pato”. Ainda em comum, querem o governador fora do Palácio em 2022. A partir daí as pretensões políticas individuais começam a aparecer: Qual será o nome da direita conservadora, representante de Bolsonaro, na disputa do ano que vem?