O governador Renato Casagrande (PSB) pode até contar, por ora, com uma base de apoiadores consolidada na Assembleia Legislativa do Estado. Porém, quando se fala nos executivos dos principais municípios da Grande Vitória a história é outra. Aliado de primeira hora do governador só mesmo Sergio Vidigal (PDT). Depois de quase cinco meses de mandato dos prefeitos isso ficou mais evidente. Sobre Pazolini, a coluna já abordou algumas atitudes do prefeito que evidenciam sua posição de enfrentamento em relação ao governo estadual.
Cariacica
Euclério e Casagrande nunca foram melhores amigos. Durante a atual gestão do governador, entretanto, o então parlamentar se mostrou comprometido com as pautas governistas. Resultado: nas últimas eleições teve o apoio, ainda que sem muito barulho, do governo estadual. Como se viu, a fidelidade do prefeito vai até onda começam os interesses de Cariacica. Euclério não pensou duas vezes ao publicar um decreto, nesse sábado (15), colocando a cidade em risco moderado a partir de segunda. O principal questionamento do prefeito é: Por que só Vitória baixou para risco moderado? O que justifica isso? Em vez de buscar uma resposta do governo, saiu para o enfrentamento com a publicação do decreto, que nem validade tem mais.
Vila Velha
Em Vila Velha Arnaldinho nunca foi o candidato de Casagrande, que apoiou a reeleição de Max Filho (PSDB). Entre os dois, não há episódios de desentendimentos, tampouco uma aproximação consolidada. Digamos que Arnaldinho esteja entre Sérgio Vidigal e Lorenzo Pazolini na relação com o governador: nem tão próximo, mas também nem tão distante. Ele é do mesmo partido do secretário de Governo do Estado, Gilson Daniel, um grande aliado do governador que pode ajudar a estreitar a interlocução entre os dois gestores. Arnaldinho seguiu os protocolos do governo estadual quando era obrigatório. Mas quando se tratava de recomendações, como a elaboração de um projeto de lei para tornar o uso da máscara obrigatório, preferiu ignorar.
Em comum..
Os prefeitos de Vitória e Cariacica já defenderam, em alguma medida, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e suas pautas conservadoras. Arnaldinho sempre evitou falar abertamente sobre o assunto. Mas como diz o ditado “imagens falam mais que mil palavras”. Em fevereiro deste ano o prefeito tirou uma foto com sorrisão no rosto ao lado do presidente, durante um evento em Brasília.
CPI
Na terceira semana de depoimentos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouve dois ex-ministros do governo Jair Bolsonaro: Ernesto Araújo, da Relações Exteriores e Eduardo Pazuello, da saúde. O caso de Pazuello é mais emblemático: ele até vai estar lá, se vai falar, aí já é outra histórica. É que o general garantiu na Justiça o direito de ficar calado.
Vale tudo
Para desviar o foco da CPI da Covid os aliados do governo federal no Congresso estão acelerando a tramitação das reformas tributária e administrativa.