Servidores processados por recusarem vacina, aliado sobe o tom contra o governo e Ciro Gomes vem aí

Sesa abre processo contra 3 servidores que se recusaram a tomar vacina

Um médico, um técnico em Radiologia e um funcionário do setor administrativo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vão responder a processos administrativos disciplinares (PADs) por se recusarem a tomar a vacina contra a Covid.

Por não terem se imunizado, os três não podem acessar as unidades de saúde onde atuam e por isso estão sem trabalhar e sem receber salários há dois, três meses, segundo informou o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes.

Esses serão os primeiros processos decorrentes da portaria 016-R, de 29 de janeiro de 2021, que determina que “somente poderão ter acesso e permanecer nos estabelecimentos de saúde da rede pública estadual do Estado do Espírito Santo, os profissionais de saúde que tiverem sido imunizados”.

A portaria também prevê que os que deixarem de comparecer ao trabalho “terão suas faltas registradas e realizados os devidos descontos nos vencimentos/salários/bolsas”. Em caso de prestadores de serviços, como Organizações Sociais (OSs), a portaria determina que as empresas substituam os funcionários que recusem a vacinação.

“Qual o objetivo da portaria da Sesa? Que a maioria absoluta se vacinasse. Alcançamos o objetivo da medida, em 10 mil servidores da Sesa, apenas três recusaram a vacina. Esses poucos casos merecem um tratamento muito cirúrgico”, disse Nésio Fernandes.

Para todo o governo

Segundo o secretário Nésio, ainda nessa semana, será publicada uma portaria que estende a portaria direcionada aos servidores da Sesa para todos os servidores do Estado, que somam mais de 55 mil. Ou seja, todos os funcionários públicos estaduais, para continuarem atuando no Estado e recebendo seus salários terão de se vacinar e apresentar a carteirinha de imunização.

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Treta no ninho tucano

Vandinho disse ter dado apoio e suporte a tucanos durante votação das prévias
crédito: Ellen Campanharo

Poucos tucanos capixabas conseguiram votar, pelo aplicativo, nas prévias do PSDB, que foram suspensas ontem (21) após falhas e muita instabilidade na ferramenta. Os mandatários que foram a Brasília votar, tiveram seus votos computados.

O presidente do PSDB capixaba, deputado Vandinho Leite, disse, por meio de nota, que prestou apoio e suporte aos filiados capixabas e que aguarda uma decisão da Nacional – decisão essa que não deverá ser pacífica, já que João Doria e Arthur Virgílio querem as prévias no próximo domingo (28) e Eduardo Leite nas próximas 48 horas.

“O tucanato capixaba, presidido pelo deputado Vandinho Leite, por meio da Executiva estadual e dos diretórios municipais, prestou total apoio e suporte, no sentido de orientar e buscar informações a respeito da inconsistência no aplicativo, além de interagir e se colocar à inteira disposição dos filiados. A votação foi suspensa, sem prejuízo dos votos já computados. Agora, o PSDB-ES aguarda e seguirá as deliberações tomadas pela Executiva nacional”.

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Ciro Gomes vem ao Estado

O PDT faz sua convenção estadual no próximo dia 11 de dezembro, na Serra, e vai trazer ao Estado o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e o presidenciável Ciro Gomes. O encontro será na escola Cedtec, em Laranjeiras, a partir das 8h30.

O partido deve escolher o novo comando estadual – há quem aposte que o presidente estadual Sérgio Vidigal vai passar o bastão dessa vez – e também deve debater se o PDT terá candidatura própria ao governo no ano que vem ou se vai apoiar um dos pré-candidatos já colocados. Hoje, o PDT está na base aliada do governador Renato Casagrande. O PSB conta com o PDT na disputa à reeleição ao Palácio Anchieta.

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A política como ela é…

Dary Pagung / Crédito: Lucas Costa- Ales

Projeto do deputado Dary Pagung que obrigava planos de saúde a avisar os usuários sobre descredenciamento de clínicas e hospitais da rede foi vetado pelo governo do Estado. Na sessão de terça-feira passada (16), porém, o presidente da Comissão de Justiça, Fabrício Gandini, indicou pela derrubada do veto, argumentando que era um projeto importante para a população que muitas vezes só vai saber que determinado hospital não atende mais pelo plano quando chega ao local para ser atendida.

A Comissão de Justiça ficou dividida e havia a possibilidade do veto ser derrubado no plenário. Mas Dary, que além de autor do projeto é também líder do governo, pediu aos colegas, bastante constrangido, que mantivessem o veto do governo. Ou seja, pediu voto contrário ao seu próprio projeto. O veto, então, foi mantido.

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Tem ruído aí…

O deputado Fabrício Gandini, que disse não entender o motivo do governo ter vetado o projeto de Dary Pagung, também criticou o governo em outra ocasião. Ele disse que recebeu uma denúncia de um servidor que estava sofrendo assédio de seu superior e que levou a denúncia ao governo pedindo investigação. Gandini contou na sessão ter ficado surpreso com a exoneração do denunciante e nenhuma atitude ter sido tomada contra o suposto assediador. Ele, então, pediu ao presidente Erick Musso que a Ales investigue o servidor denunciado. “Sou aliado do governo, mas não posso fechar os olhos para isso”.

Erick Musso e Fabrício Gandini: juntos?
Crédito: Arquivo pessoal

Prontamente, Erick disse que a Casa tem ferramentas para convocar o denunciado e até para abrir uma CPI. Disse que ainda na terça enviaria uma equipe da Procuradoria da Casa ao gabinete de Gandini. A denúncia também foi entregue a Dary Pagung, líder do governo, que garantiu que ela seria encaminhada ao setor competente no governo.

Na quinta-feira, Gandini foi para Brasília e publicou foto, no story do seu Instagram, ao lado de Erick Musso, o que levantou burburinhos de que os dois estavam se aproximando. Questionado, Gandini disse que a publicação foi por conta de uma agenda que os dois estiveram juntos. “Encontrei com Erick e convidei ele para tratar do Residencial Barra do Riacho, que tá dependendo de recursos, ele me ajudou na conversa. Fui justo em publicar por isso”.

Perguntado também se haveria algum mal-estar ou ruído com o governo do Estado ou com o governador, ele disse: “Subi o tom contra o funcionário do governo que está cometendo atos que considero não compatíveis com a função. Acredito que Casagrande não está sabendo dos absurdos. Por isso fiz questão de levar a público. O ruído é em relação a esse episódio apenas. Gostaria que Casagrande fosse o palanque para a terceira via no Estado”, disse o deputado.

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Minuto da sabedoria

“Ser líder do governo é atravessar a nado o canal da mancha com tubarões famintos”, disse o experiente deputado Theodorico Ferraço.