Manato e Magno Malta não são os únicos bolsonaristas, diz Evair
O deputado federal Evair de Melo, vice-líder do governo federal na Câmara dos Deputados, achou “simplista” demais a análise que o pré-candidato ao governo do Estado Carlos Manato (PL) fez sobre o PP e a possibilidade de Evair fazer parte do projeto de Bolsonaro no Estado.
Ao ser questionado se sua candidatura seria irreversível ou se poderia abrir mão para outro candidato que pontuasse melhor nas pesquisas, Manato disse que não teria problemas de apoiar outro nome, desde que esse fizesse parte do projeto. Perguntado se Evair faria parte do projeto, Manato respondeu: “Evair é um grande parlamentar, é uma pessoa que está no PP, mas o partido dele está ligado ao governador. É complicado pegar um partido que está ligado ao governador e trazer pra cá”.
“Quando se está estático, todas as estrelas fazem o mesmo movimento. A análise dele (Manato) foi simplista demais. O Manato não vai chamar o PP para conversar? O Guerino (Zanon) vai chamar? O Erick (Musso) vai chamar? Eu vou trabalhar para unificar o palanque de Bolsonaro no Espírito Santo, até o último minuto”, disse Evair.
O deputado disse que o desafio é unir todos que apoiam o Presidente. “Ninguém tem dúvidas que Manato e Magno são bolsonaristas de carteirinha, mas não são os únicos. Nosso desafio é unir todos. Como eles têm as rédeas, vamos aguardar na expectativa que trabalhem para agregar a todos. Mas, isso tem prazo”, avaliou Evair.
Nos bastidores, Evair já foi cotado para disputar a vaga de Senado no palanque de Bolsonaro, mas a não ser que venha uma determinação de cima pra baixo, o posto será ocupado pelo ex-senador Magno Malta.
Evair também foi questionado se irá continuar no PP, uma vez que, como disse Manato, a sigla no Espírito Santo está ligado ao governador Casagrande. Ou se poderia haver alguma mudança de rumo no partido ou na presidência estadual – hoje comandada pelo secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Marcus Vicente. O deputado, porém, foi enigmático: “Para quem gosta de emoção, teremos muita adrenalina até os prazos finais”, disse Evair.
Na próxima sexta-feira (11), vêm ao Estado o presidente nacional do PP, o ministro Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira. Os dois participam da filiação do coordenador da bancada federal capixaba, Josias da Vitória, ao partido.
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“Não vamos deixar de ter uma boa relação com o governador por causa de polarização”, diz pastor da Cadeeso
Após uma semana de ruídos e turbulências, parece que o mal-entendido na cúpula da Cadeeso – a maior das convenções das igrejas Assembleia de Deus, com aproximadamente seis mil ministros – foi pacificado, pelo menos por ora.
Tudo começou quando o governador convidou a nova diretoria da Cadeeso para um café da manhã, no último dia 22. O governador tinha combinado de ir à posse da nova diretoria no último dia 19, mas não pode ir – enviando representantes – e, por isso chamou os religiosos para um encontro.
Porém, a foto da diretoria da Cadeeso com o governador começou a circular e, nos bastidores, a conversa de que teria sido fechado um acordo de apoio à reeleição de Casagrande. Na semana passada, o 2º vice-presidente da Cadeeso, Delio Nascimento, então, divulgou uma nota descartando qualquer tipo de acordo com o governador, em nome da Cadeeso.
“O presidente da MD/Cadeeso não orientou a ninguém hipotecar apoio ou costurar acordos políticos com o excelentíssimo governador do nosso Estado e nem esse tema foi matéria de pauta em reuniões da MD/Cadeeso”, diz trecho da nota que gerou mal-estar com o Palácio Anchieta.
No último dia 3, o presidente da Cadeeso, pastor Arnaldo Candeias, então, designou uma comitiva para se reunir novamente com o governador e desfazer o mal-entendido. “Todo esse mal-estar foi resolvido. Temos uma aproximação, sim, com o governador, temos sim uma boa relação e não vamos deixar de ter por causa de polarização entre esquerda e direita”, disse o pastor Rafael Ferreira, coordenador da Comissão Política da Cadeeso.
Questionado se a convenção iria apoiar algum candidato, ele disse que no momento certo a Cadeeso vai se manifestar. “Vamos aguardar os candidatos se colocarem para a comissão fazer seu relatório e colocarmos em votação. Nós não seremos omissos no processo eleitoral. Vamos nos pronunciar sim, mas no momento devido”, disse o pastor. Ele negou que haja um racha na cúpula da comissão recém-empossada.
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O pior ainda está por vir
O deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP) retirou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo após virem a público áudios em que ele diz que as mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres, além de outras aberrações. O recuo vem após também o presidenciável Sergio Moro (Podemos) colocar o pé na porta e dizer que jamais iria dividir o palanque e dar apoio ao deputado.
O pior para o deputado, porém, não é nem ficar de fora da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Se os ânimos não se arrefecerem, é grande a possibilidade de “Mamãe Falei” perder o mandato. E, de quebra, ainda ser expulso do partido. Já há também frentes querendo investigar se houve uso de recursos públicos na viagem.
Ao chegar ao Brasil, o deputado tentou se explicar e a emenda ficou pior que o soneto. O deputado de 35 anos disse que não é santo, que é homem e que é jovem – como se fossem justificativas para desrespeitar mulheres. Disse também que a mensagem era para um grupo privado – como se palavras ditas em secreto perdessem o peso de gravidade. E pediu que separassem suas palavras de suas ações – como se existissem dois deputados, um que fala e outro que age.
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Limão em limonada
Os apoiadores do presidenciável Sergio Moro agiram rápido nas redes sociais e, tão logo ele se pronunciou, repudiando as falas do deputado do MBL, trataram de tentar transformar o limão em limonada e passar a imagem que Moro não encobre o malfeito de ninguém.
Em uma postagem no Twitter, a inscrição de que Moro “não passa pano; não protege aliados, amigos e filhos; e que teve uma atitude rápida e precisa”. Se dará certo e se ele vai conseguir descolar sua imagem do agora ex-aliado, só os próximos dias dirão.
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Robô vai fazer a varredura em documentos
O Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) passou a contar com a ajuda de um “robô” – uma ferramenta de inteligência artificial – para ajudar os auditores a fiscalizarem as publicações do governo e dos municípios nos diários oficiais. Batizado de “Diário-Bot”, o robozinho consegue identificar matérias de interesse da Corte de Contas como, por exemplo, verificar omissões nas publicações relacionadas a obras, a fim de verificar omissões nas remessas ao sistema Geobras.