GIRO POLÍTICO: Câmara vota moção contra vice-governadora, vice-prefeito da Serra no União e janela fecha essa semana

Jacqueline em dois momentos marcantes: quando conheceu Casagrande, em 2005, e na posse de vice-governadora, em 2019 Crédito: Secom

Câmara vai votar moção de repúdio contra a vice-governadora

O vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) protocolou, e deve ser pautado para votação na sessão de hoje da Câmara de Vitória, que começa às 9h30, uma moção de repúdio contra a vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes (PSB). Armandinho acusa a vice de racismo e preconceito por ter questionado, em entrevista no programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, na rádio Jovem Pan News Vitória, na última quinta-feira (24), “como que alguém que é preto e pobre pode apoiar Bolsonaro?”.

Jacqueline, que é negra e oriunda da periferia, sendo ex-camelô, referia-se a ela e ao marido, já que no contexto, ela justificava sua declaração de voto em Lula nas eleições deste ano. Sendo ela apoiadora de Lula e o marido – o ex-vereador Adilson Avelina –, apoiador de Bolsonaro, Jacqueline foi perguntada se a relação estava dando certo. “É entre tapas e beijos, no sentido ideológico da coisa. A gente discorda muito de muita coisa, a gente pensa diferente, eu tento respeitar, mas sou um pouco impositiva. Mas, como que alguém que é preto e pobre pode apoiar Bolsonaro?”, questionou Jacqueline.

A frase gerou polêmica e fez a festa dos opositores do Palácio Anchieta, com vídeos e postagens espalhadas em redes sociais e grupos de conversas. O que também gerou uma série de ataques à vice, em suas redes sociais. Embora tenha gerado muita repercussão, não foi a primeira vez que um político capixaba fala sobre o tema.

Contarato deu a justificativa

No dia 24 de fevereiro, também em entrevista para o programa “De Olho no Poder com Fabi Tostes”, o senador Fabiano Contarato (PT) tratou do mesmo tema que a vice-governadora, porém, com outras palavras.

“Quando eu ouço mulheres defendendo esse presidente (Bolsonaro), só queria dizer para essas mulheres, que é o mesmo presidente que já disse que mulheres devem ganhar menos porque engravidam. É o mesmo presidente que disse que teve cinco filhos, quatro homens e no último fraquejou e veio uma mulher. Quando eu vejo pretos e pardos falando que votam nesse presidente eu quero lembrar que esse presidente disse que não corria o risco de ter uma nora negra porque os filhos foram bem-educados. Quando eu vejo a população LGBTQIA+ votando nele, eu quero lembrar também que esse mesmo presidente disse que preferia ter um filho morto do que um filho gay. Que disse que se você morar num edifício que tem um vizinho gay, o seu imóvel cai o valor. Que fala com relação aos índios como se eles tivessem ‘quase humanizados’. Essas falas são muito graves, essas falas são violentas. Essas falas são preconceituosas. É um comportamento preconceituoso, sexista, homofóbico, racista, misógino e xenofóbico”, disse Contarato, à época.

Cadê?

Embora a vice-governadora, Jacqueline Moraes, tenha virado alvo após declarar voto em Lula, até a noite de ontem nenhuma liderança petista tinha ido a público defendê-la. Questionada ontem, a presidente do PT capixaba, Jackeline Rocha, disse que ainda não tinha conseguido falar com a xará, mas que teria uma reunião hoje sobre o assunto. “Sobre esse ponto teremos uma agenda logo pela manhã. Tentei falar com Jacqueline, mas ainda não consegui. Ela tem nossa total solidariedade pelos ataques sofridos e não podemos permitir que isso ocorra devido a seu posicionamento”, disse a presidente petista.

A vice-governadora já se posicionou a favor das vereadoras Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT) quando as duas foram atacadas na atuação do mandato. Inclusive na própria entrevista, Jacqueline chamou de “violência política de gênero” o episódio em que o vereador Gilvan da Federal (Patriota) mandou Camila calar a boca. Disse que essa atitude envergonha os eleitores da capital.

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Murmuração nos corredores do Palácio

Embora o PSB tenha reunido muitos partidos da base aliada ontem em seu congresso estadual, nos bastidores, há um burburinho sobre insatisfações de algumas legendas aliadas, principalmente com relação ao PP. Alguns dirigentes partidários culpam o PSB e o governador pelo fortalecimento do Progressistas, enquanto outras siglas teriam sido deixadas de lado e esvaziadas.

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Manatos presentes!

O pré-candidato ao governo do Estado Carlos Manato e a mulher, a deputada federal Soraya Manato, participaram do lançamento da pré-candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. “Um dia mais que especial para o Brasil! Lançamento da pré-candidatura à reeleição do nosso presidente Jair Messias Bolsonaro. Lealdade acima de tudo”. O lançamento ocorreu no Encontro Nacional do PL, em Brasília.

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Vice-prefeito da Serra vai disputar pelo União Brasil

O vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro, trocou o Cidadania pelo União Brasil e vai disputar uma vaga à Câmara Federal. Além de vice-prefeito, Thiago é secretário de Turismo, Cultura e Esporte, e vai deixar a pasta nessa semana para ficar só na vice. É o segundo pré-candidato a federal que o Cidadania perde – o primeiro foi o deputado Josias da Vitória, que foi para o PP.
“Quero ter a oportunidade de contribuir de forma ainda mais efetiva com o desenvolvimento social e econômico da Serra, e fazer parte da nova geração de lideranças que vai construir um novo ciclo de crescimento para o Espírito Santo”, disse Thiago.

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Sob nova direção

Maxwel Nunes foi eleito o novo presidente do Sindipostos-ES. Sua diretoria – que disputou o pleito pela chapa “Inovação e União” contra a chapa “Seriedade e Realizações”, comandada pelo ex-deputado Eval Galazi – assume hoje (28) e vai comandar o sindicato patronal, que tem mais de 400 associados no Estado, pelos próximos quatro anos (2022-2026).

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Semana promete!

Termina nessa semana o prazo para o troca-troca de abrigo partidário (janela) e para as novas filiações. Semana de nervos à flor da pele e de fortes emoções na política capixaba!