A expectativa do presidente do PSB capixaba, Alberto Gavini, é de que tanto a decisão do governador de vir à reeleição quanto a decisão sobre o impasse na aliança com o PT sejam anunciados no início da próxima semana. Segundo ele, há uma chance dos dois partidos capixabas se reunirem ainda nesse final de semana e baterem o martelo até segunda-feira de manhã.
“Chegamos a um acordo, que é de não deixar passar do início dessa próxima semana. Na segunda-feira (11), o (deputado) Zé Guimarães tem reunião com o Lula e a ideia é de já se ter uma decisão definitiva até lá. Estamos tentando ver se a gente consegue reunir nesse final de semana. Queremos fazer uma reunião presencial e estamos vendo se o médico libera o governador para marcar”, afirmou Gavini.
A liberação médica se faz necessária porque o governador Renato Casagrande positivou para Covid no início da semana. Casagrande tem postado, em sua página no Instagram, um “diário de isolamento” e disse, ontem (08), que ainda não tinha recebido liberação médica para retomar com as atividades presenciais.
Segundo Gavini, PT e PSB acordaram, durante a reunião da última terça-feira (05) entre as cúpulas petistas e socialistas, que a definição sobre o rumo dos dois partidos não deveria passar da semana que vem. E que ela deve vir seguida da decisão do governador com relação à eleição.
“O governador iria fazer o anúncio sobre sua decisão na semana passada, iria anunciar no sábado, mas por causa da Covid, teve de adiar. Essa semana agora ele anuncia. Deve vir primeiro o anúncio do governador e depois o do PT”, disse Gavini.
Em entrevista para a coluna “De Olho no Poder” no último dia 26 de junho, o governador disse que iria anunciar sua decisão, de disputar ou não a reeleição, na primeira quinzena de julho. Embora, o governador não tenha falado publicamente sobre a disputa, todos os movimentos, discursos e até a postura do partido sinalizam que Casagrande é pré-candidato à reeleição.
Primeiro porque o PSB não teria outro nome para colocar na disputa, como o próprio Gavini admitiu em entrevista para o programa “De Olho no Poder”. E, segundo, o PT nacional não cogitaria retirar uma candidatura própria ao governo do Espírito Santo – uma candidatura viável, do senador Fabiano Contarato, que aparece em segundo lugar nas pesquisas – se houvesse a menor chance de Casagrande não disputar.
Por isso, até por questão protocolar, é provável que Casagrande anuncie sua decisão sobre a eleição antes ou ao mesmo tempo da definição com relação ao PT.
E o que falta?
Gavini foi questionado sobre o que estaria faltando para chegar a um consenso e se o PT estaria pedindo a participação na majoritária. “É o que todo mundo deseja: a vaga de Senado, a vaga de vice, a vaga de suplente”, respondeu.
Perguntado se foi sugerido nomes, Gavini negou. “Não se discutiu nomes, se discutiu as possibilidades de conversar sobre o assunto. Vamos ver quais as variáveis para saber o que é mais adequado, não dá para definir nada ainda. O PT vai colocar seus desejos, vamos colocar nossas ponderações… A verdade é que chegamos num acordo de que precisamos nos juntar para poder ter uma frente progressista e manter Renato governador e não deixar que se repita Bolsonaro”, avaliou.
Ontem, num vídeo publicado nas redes sociais, o ex-governador Márcio França (PSB) retirou sua pré-candidatura ao governo de São Paulo para apoiar o pré-candidato petista Fernando Haddad (PT). França vai disputar o Senado. Agora que foi resolvido o imbróglio paulista, que era o calcanhar de Aquiles das executivas nacionais de PT e PSB, os impasses nos outros estados, incluindo o Espírito Santo, devem ser resolvidos também.
Em tempo: o PSB marcou para o dia 31 deste mês a convenção do partido, onde serão apresentados os pré-candidatos da legenda, além das coligações partidárias firmadas. O governador já disse que o PSB não vai com chapa puro-sangue para a eleição, como ocorreu em 2018.