Após muitas tratativas, idas e vindas e muitos nomes cotados, a senadora Rose de Freitas (MDB) apresentou na tarde desta segunda-feira (15) as duas suplentes que irão com ela na disputa à reeleição. Conforme a coluna cogitou mais cedo, Rose escolheu a ex-prefeita de Viana Solange Lube (MDB), como primeira suplente, e a ex-prefeita de Guaçuí Vera Costa (PDT), para a segunda suplência.
O anúncio foi na sede do MDB, em Vitória, e contou com a presença de militantes do partido, do presidente estadual do PDT, Weverson Meireles, e do deputado estadual Alexandre Quintino (PDT).
As três defenderam a participação feminina na política, que a cadeira deveria permanecer com uma mulher – já que as outras duas são ocupadas pelos senadores Marcos do Val e Fabiano Contarato – e a continuidade do trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo mandato de Rose.
Porém, a pauta feminina não foi a única defendida pelo trio. A escolha de duas ex-prefeitas, uma da Grande Vitória e outra do interior, reforça a principal bandeira e aposta da senadora: a pauta do municipalismo. E isso ficou bastante visível durante todo o evento.
Enquanto jornalistas e militantes aguardavam o anúncio das suplentes, o grupo de Rose distribuía um jornalzinho com as fotos e falas de 64 prefeitos elogiando a senadora. “A luta pelos municípios no Senado Federal” e “Rose é a voz dos municípios no Congresso Nacional” eram as “manchetes” do material. Rose foi chamada de “grande companheira”, “madrinha dos municípios”, “mulher guerreira”, “amiga” e “parceira” pelos prefeitos que correspondem a 82% dos gestores do Estado.
O panfleto também continha falas do governador Renato Casagrande (PSB) e de representantes de hospitais (Santa Casa de Vitória, Hospital Evangélico e Santa Casa de Cachoeiro), além do reitor do Ifes, Jadir Pela, numa clara tentativa de demonstração de força da senadora.
Rose sempre teve o apoio de prefeitos como um ativo político. Mas sua influência sempre foi maior no interior que na Grande Vitória. Para o seu lado, conseguiu trazer os prefeitos da Serra, Sergio Vidigal, onde está o maior colégio eleitoral do Estado, além de Cariacica, Euclério Sampaio; e Viana, Wanderson Bueno. Mas Vitória e Vila Velha ficaram de fora.
O prefeito da capital, Lorenzo Pazolini, vai apoiar o correligionário Erick Musso (Republicanos) ao Senado. Já Arnaldinho Borgo (Vila Velha), que defendia que o Podemos tivesse candidatura própria ao Senado, com Coronel Ramalho, ainda não declarou apoio a Rose.
Recado
Durante as falas de Solange e Vera, Rose ficou emocionada. Mas foi firme ao mandar recados para o Podemos e para o PP, partidos que fazem parte da coligação do governo, mas que têm lideranças que não irão apoiar Rose de Freitas.
Com relação ao Podemos e a possibilidade de afastamento, principalmente do grupo político de Gilson Daniel, por razão da escolha de Solange Lube para a suplência – Gilson e Solange já foram adversários –, Rose disse que não é uma questão municipal que está em jogo, mas o Estado. Chamou Gilson e o atual prefeito de Viana, Wanderson Bueno, de parceiros.
“Eu ficaria muito feliz em receber uma declaração de apoio do Gilson (presidente estadual do Podemos) porque eu não faltei com o município de Viana em ano nenhum”, disse Rose sendo interrompida por aplausos. “Vou procurá-lo, vou dialogar. Só não vou ajoelhar aos pés dele”, disse Rose. A senadora disse que também vai procurar o prefeito Arnaldinho, em busca de apoio.
O diálogo também será feito com o PP. Rose disse que recebeu, do presidente progressista, Marcus Vicente, a garantia de que o partido iria apoiá-la, mas algumas lideranças da legenda já cogitam apoiar Magno Malta (caso do deputado federal Neucimar Fraga) e Erick Musso (caso do deputado federal Josias da Vitória). “Meu papel é tentar convencer a todos eles que há uma candidatura que respeita a política capixaba. Se quiserem colocar alguém que não quer se comprometer com o Estado, a decisão é individual. Eu vou para uma decisão coletiva”, alfinetou Rose.
Rose se esquivou, porém, de dizer a quem vai apoiar para a Presidência da República. Seu partido tem a presidenciável Simone Tebet, mas Rose disse que não a incentivou a disputar. Vera Costa lembrou também que o PDT tem um presidenciável: Ciro Gomes, para quem deve pedir voto.
A senadora disse que não vai colar em todas as agendas de Casagrande: “Nós vamos nos dividir”. E que nesta terça-feira (16), primeiro dia oficial de campanha, ela vai se reunir com candidatos do partido.