Do mesmo reduto eleitoral de Armandinho, Piquet é o novo presidente da Câmara de Vitória

Leandro Piquet, presidente da Câmara de Vitória / crédito: Câmara de Vitória

O vereador Leandro Piquet (Republicanos) é o novo presidente da Câmara de Vitória. Ele foi eleito por 12 votos dos 14 vereadores presentes na sessão extraordinária, convocada para a manhã desta segunda-feira (02). A vereadora Camila Valadão (Psol) votou contra e o ex-presidente da Câmara Davi Esmael (PSD) se absteve.

Piquet é delegado da Polícia Civil e vem da região da Praia do Canto, mesmo reduto eleitoral do vereador Armando Fontoura (Podemos), que foi preso no dia 15 de janeiro pela Polícia Federal numa operação que mirou suspeitos de atacarem os ministros do STF e a democracia, além de integrar uma milícia digital.

Armando foi eleito em agosto do ano passado para presidir a Casa no biênio 2023-2024. Porém, devido à prisão preventiva, os vereadores aprovaram um precedente regimental que estabelecia a possibilidade de uma nova eleição, caso Armandinho não comparecesse na data da posse da Mesa Diretora eleita, que ocorreu no domingo (1º).

A defesa de Armandinho recorreu na Câmara contra o precedente, mas o recurso nem foi admitido. Depois, pediu ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou a prisão, para que autorizasse o vereador a sair da prisão, com escolta, para assumir a presidência da Câmara, o que foi negado. O ministro também suspendeu a posse e o exercício, como presidente, de Armandinho.

Ontem, os vereadores se reuniram para dar posse à Mesa Diretora eleita e, na vacância do cargo de presidente, convocaram uma sessão extraordinária às 11h de hoje para uma nova eleição. A coluna já tinha noticiado que Piquet se movimentava para se articular como presidente.

“Perfil ponderado”, destacou eleito

Após ser eleito, Piquet começou seu discurso dizendo que a Câmara passava por dias difíceis, com um vereador preso e outro cassado – Gilvan da Federal, que se elegeu à Câmara dos Deputados, teve o mandado de vereador cassado por infidelidade partidária.

Disse que nunca esteve em seus planos se tornar presidente, mas que os colegas o procuraram para que aceitasse o desafio. “Acredito que o meu histórico de diretor do Iases, um órgão que estava vivendo crises e rebeliões e a gente conseguiu extinguir as crises; a minha condição de subsecretário de Integridade, fazendo combate à corrupção e tornando o Espírito Santo referência; minha trajetória na Polícia Civil, ocupando mais de 10 delegacias; assim como (sendo) corregedor-geral do Estado, no momento de maior crise de segurança pública, com certeza pesaram na formulação das ideias dos meus colegas”, disse Piquet no discurso.

Ele também citou seu perfil: “Também acredito que meu perfil ponderado, minha maneira de fazer política através do diálogo, também tenham influenciado os colegas nessa decisão. Eu assumo essa tarefa, sei do tamanho da responsabilidade e do desafio que vamos passar”, avaliou, prometendo dar protagonismo positivo à Câmara e “dar lugar ao respeito”. “Tornar um lugar acolhedor, um Poder independente e moderado”, disse.

A vereadora Camila foi a única a votar contra a eleição de Piquet e justificou afirmando que não era nada pessoal, mas que não poderia votar em alguém do mesmo partido do prefeito Lorenzo Pazolini, a quem faz oposição na Casa. Além de ser do mesmo partido, Piquet já foi líder de Pazolini na Câmara.

Além de Piquet na presidência, a nova Mesa Diretora tem: Duda Brasil (1º vice-presidente), Aloisio Varejão (2º vice-presidente) e Dalto Neves (3º vice-presidente). Também formam a Mesa: Maurício Leite (1º secretário) e Anderson Goggi (2º secretário).

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