O secretário de Cultura de Vitória, Luciano Gagno, foi exonerado do cargo. O Diário Oficial de Vitória desta terça-feira (1º) trouxe a exoneração do secretário que, segundo consta na publicação, foi a pedido. Quem já está respondendo interinamente pela pasta é o subsecretário de Cultura Tiago Benezoli.
Gagno, porém, não vai ficar de fora da gestão. O mesmo Diário trouxe a nomeação dele para um cargo comissionado de assessor especial da Secretaria de Governo, que é comandada por Aridelmo Teixeira (Novo).
Nos bastidores, o nome definitivo que assumirá a pasta da Cultura no município deve ser indicado pelo PP, partido que está se aproximando do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) e que foi convidado a fazer parte da gestão. O PP já teria levado alguns nomes para o prefeito.
Não é de hoje que o cargo de Luciano Gagno está na berlinda. Ele chegou a pedir demissão, em julho do ano passado, após a ativista Deborah Sabará registrar um boletim de ocorrência o acusando de falas preconceituosas contra a população LGBTQIA+ durante uma reunião.
Um mês depois, ele retornou ao comando da pasta. Na ocasião, a Prefeitura de Vitória alegou que a investigação na Polícia Civil não teria encontrado crime na conduta do secretário e que o Ministério Público teria dado parecer pelo arquivamento do caso, conforme noticiou a coluna.
Porém, as polêmicas em torno do secretário continuaram. No último dia 3, ele foi convocado pela Comissão de Cultura da Câmara de Vitória, presidida pelo vereador Anderson Goggi (PP), para prestar esclarecimento sobre contratos da pasta.
A convocação foi feita após o vereador André Moreira (Psol) apresentar uma representação no Tribunal de Contas e também à Comissão sobre supostas irregularidades na contratação de artistas para eventos culturais por parte do secretário. Segundo Moreira, um único empresário estaria concentrando e direcionando as contratações, o que seria ilegal.
Na reunião, o secretário negou a existência de irregularidades nas contratações, como superfaturamento ou direcionamentos. “Atendemos aos pedidos de contratações das comunidades. Todas as contratações praticam valores iguais ou mais baixos do que as gestões anteriores ou do que outros municípios”, disse ele na época.
Além das polêmicas do secretário, há também a necessidade do prefeito em abrir espaço para as siglas aliadas – e esse deve ser o principal motivo da mudança no primeiro escalão. A atração de siglas para compor a gestão dá tranquilidade ao prefeito com relação à governabilidade na Câmara de Vitória, mas também tem a função de selar o apoio numa eventual disputa à reeleição no ano que vem.
A coluna registrou que, em meados de maio, a cúpula do PP se reuniu com Pazolini e recebeu o convite para integrar a gestão. O convite foi feito a Goggi e, por ter afinidade com a área, ele foi convidado para assumir a Secretaria de Cultura.
Goggi, porém, recusou o convite, por não querer abrir espaço na Câmara para seu primeiro suplente – Baiano do Salão (PTB). Ele chegou a pedir para a prefeitura arranjar uma forma de dar um cargo ao 1º suplente, para que ele não viesse a assumir a cadeira de vereador, mas Baiano não abriu mão.
Mesmo com a recusa de integrar a gestão, as negociações continuaram nos bastidores, principalmente entre o presidente estadual do PP, o deputado federal Josias da Vitória, e o secretário-geral da legenda, Marcos Delmaestro.
O deputado federal Evair de Melo, que já declarou que irá apoiar Pazolini no ano que vem, também estaria participando das negociações e ficou decidido que o PP iria indicar um novo nome para o secretariado. A presença de Pazolini na convenção estadual do PP mostrou não somente que os dois partidos estão próximos, mas que já fazem planos futuros.
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