O presidente estadual do PP, deputado Josias da Vitória, e o secretário-geral e presidente do PP de Vitória, Marcos Delmaestro, negaram que a indicação do músico Edu Henning para comandar a Secretaria de Cultura de Vitória tenha partido da legenda. Edu foi nomeado ontem (16), em publicação registrada no Diário Oficial do município.
Embora lideranças do PP já tivessem afirmado à coluna, sob anonimato, que a sigla teria apresentado o nome de Edu Henning à gestão e o secretário de Governo de Vitória, Aridelmo Teixeira, também tenha dito que o PP iria indicar um nome no secretariado, a cúpula progressista afirmou que a escolha foi pessoal, do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos).
“O nome do Edu Henning é uma escolha do prefeito e, fazendo justiça, ele submeteu o nome a mim e ao deputado Evair de Melo”, disse Da Vitória.
“Não tem nossa indicação no processo, por acaso estávamos na foto de apresentação do Edu? Mas tem a cobertura e o apoio do partido por ser do meio cultural”, disse Delmaestro que, inclusive, é amigo pessoal do músico.
Ou seja, oficialmente, o nome não teria sido indicado pelo PP, mas teria recebido apoio dos dirigentes do partido. Edu não é filiado ao PP. Além de músico, é jornalista, produtor cultural e líder da banda Clube Big Beatles. A coluna chegou a noticiar o nome dele como cotado à vaga, no último dia 3, embora, Edu, ao ser procurado, tivesse negado.
Questionado pela coluna se, uma vez que houve o apoio à entrada de Edu Henning na gestão, o PP já se sentiria contemplado e fazendo parte da administração de Pazolini, os líderes do Progressista também negaram.
“Não é uma afirmação que eu faria com relação à nomeação (do partido ter sido contemplado). Até porque se fosse buscar uma nomeação, teria feito esse exercício, mas nós não fizemos. O gesto do prefeito com as nossas lideranças é um gesto republicano, de quem está ajudando na governabilidade. O PP não faz parte da gestão Pazolini, o PP está ajudando na gestão Pazolini”, disse Da Vitória.
Delmaestro fez coro: “PP não faz parte da gestão do prefeito (…) Mas se o Edu quiser fazer parte das fileiras do PP, é um bom quadro”.
A coluna também perguntou ao presidente se o PP ainda teria espaço para indicar um nome ao secretariado, uma vez que havia ficado acertada a indicação para selar de uma vez a aliança com Pazolini. “Não temos isso na pauta e nem em discussão. Entendemos que isso é desnecessário para qualquer agenda”, afirmou Da Vitória.
No entendimento do federal, o partido já estaria ajudando a gestão com o vereador Anderson Goggi (PP), que faz parte da base aliada de Pazolini na Câmara. O próprio Goggi já tinha sido convidado para ocupar a mesma pasta.
Quando os primeiros passos de aproximação entre o PP e Pazolini foram dados, o vereador recebeu o convite para a secretaria, mas recusou devido a, entre outras coisas, não ter o interesse de entregar sua cadeira na Câmara para seu primeiro suplente. A vaga, porém, continuou separada para o PP.
Em entrevista para a coluna no último dia 3, Aridelmo disse que o PP já estava no governo e a indicação de um nome no secretariado seria uma formalidade, para selar a aliança.
“Estamos construindo a entrada do PP de uma forma mais clara, porque o PP já está no governo. O Anderson Goggi é do PP e ele está na nossa base desde sempre. O que vai ocorrer agora é tornar isso mais visível para a sociedade”, disse Aridelmo, na ocasião.
Além de formalizar a parceria, a indicação também poderia ser um sinal de que o PP caminharia junto com Pazolini numa eventual candidatura à reeleição no ano que vem.
“Pazolini tem uma relação muito boa comigo. Mas, enquanto presidente do PP, não afirmo nenhum itinerário de eleição sem dialogar com o partido. A gente tem construído um ambiente muito bom com Pazolini e para apoiá-lo em 2024 não dependemos de estar na gestão, não significa que é necessário ter cargo”, afirmou Da Vitória.
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