A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, se filiou na manhã desta quinta-feira (04) ao PP. O nome dela é cotado para ser vice numa eventual chapa à reeleição encabeçada pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
A filiação ocorreu na sede do partido e contou com as presenças do presidente estadual da legenda, deputado federal Josias da Vitória; do deputado federal Evair de Melo (PP); do secretário-geral do PP, Marcos Delmaestro; e do vereador de Vitória Anderson Goggi (PP).
Nos últimos dias ganhou força a cotação de que a empresária se filiaria ao PP, mas o martelo só foi batido na quarta-feira à noite (03), segundo Cris informou à coluna De Olho no Poder. “O movimento hoje é por necessidade de legislação eleitoral. Se eu tivesse tempo para fazer algo mais adiante, também estaria no momento, mas me filiei por entender que a política pode ser um caminho que eu venha a pensar mais adiante”.
A legislação eleitoral determina, no calendário eleitoral, que os candidatos estejam filiados a um partido político até seis meses antes do 1º turno da eleição, que nesse ano ocorre no dia 6 de outubro. O prazo se encerra no próximo sábado (06).
Já a decisão de compor uma chapa e disputar a eleição, vai ficar mais pra frente e vai passar pelas negociações entre PP e Republicanos. Hoje o PP é, entre os partidos maiores, o que está mais próximo de Pazolini. Seu tamanho o qualifica a indicar o vice na chapa, caso a aliança seja selada durante as convenções partidárias (entre 20 de julho e 5 de agosto).
Cris disse que não entrou no partido com essa condição, até porque o próprio prefeito ainda não anunciou publicamente que tentará a reeleição. Outra questão é que Cris precisa fechar seu mandato à frente da Findes, o que ocorrerá no final de julho.
“Sei que a relação do partido com Pazolini está posta e é anterior a esse momento. Não entrei (no PP) com essa condição, não tem isso. São coisas que passam por uma decisão de partido. Isso vai ser debatido mais adiante, não fechei nada sobre isso, não está sendo posto dessa forma. Obviamente, essa opção está sujeita a ser levantada, mas não é o nosso direcionamento”.
Cris disse que “pediu um tempo” ao PP para iniciar o debate eleitoral. “Eu pedi para me darem o tempo para construir e consolidar essa relação, porque tenho que voltar minha cabeça nesse momento para a reta final da gestão, estou bem na porta de saída e tenho muito compromisso com a gestão (da Findes). Não posso dividir o pensamento, isso (debate eleitoral) será um movimento mais adiante”.
Mesmo com muita cautela, escolhendo a dedo as palavras empregadas, Cris se colocou à disposição para disputar a Prefeitura de Vitória como vice. Questionada se teria disposição para enfrentar o desafio, ela respondeu: “Se for por uma decisão bem estruturada, estou disposta a conversar mais adiante. Não estou querendo firmar nenhuma posição agora, porque eu acho que tem muito caminho a ser tomado. O passo hoje é muito importante. Estou tentando tomar uma decisão por vez, porque envolve muitas questões”.
Por que o PP?
A escolha pelo PP foi por identificação e relacionamento. Cris disse ter uma boa relação com os dois deputados federais do partido (Da Vitória e Evair) e com as bandeiras do PP, até por conta de sua atuação, além da Findes, na diretoria da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). As demandas da CNI acabaram aproximando a empresária do Congresso – lembrando que a Câmara Federal é presidida por Arthur Lira, um dos caciques do PP.
“Por conhecer o PP, sei que é um partido que zela pelo diálogo, que dá muito espaço e olha a mulher como papel importante na sociedade. Achei que faz sentido porque eu sou desse movimento do diálogo, de ter ações específicas para gerar resultado. Ou eu tenho espaço para fazer algo ou pra mim não faz sentido. E, na conversa que tive com Da Vitória, o PP está nesse caminho. (…) E faz muito sentido com tudo que eu trabalhei até aqui. Não é que seja o único partido que tenha essa vertente, mas está muito aderente ao que eu acredito”, disse Cris.
Mais cedo, Cris comunicou sua filiação aos presidentes de sindicatos da Findes, por meio de uma nota: “Como todos sabem, aqui na Findes prezamos muito pela transparência. Por isso, gostaria de compartilhar com vocês que nesta quinta-feira (04) me filiei ao Partido Progressista (PP). A filiação em nada muda neste momento minha dedicação e compromisso junto à indústria e à Findes”.
“Excelente quadro técnico e político”
O secretário-geral do PP, Marcos Delmaestro, comemorou a entrada da presidente da Findes no PP e disse que ela tem peso para disputar como candidata à prefeita.
“A Cris nos completa e coloca o sarrafo do partido lá em cima, pelo fato de ser mulher, empreendedora, ter um olhar que a grande maioria dos partidos não tem e é um excelente quadro político e técnico. A entrada da Cris faz parte de um movimento robusto, que qualifica o partido e é direcionado para um futuro político”, disse Delmaestro.
Questionado sobre qual seria a pretensão do partido com relação à empresária, Delmaestro disse que ela chega para somar: “A preço de hoje, ela está entrando para compor, para trazer suas ideias e seus ideais. Ela deixou bem claro que quer debater algumas coisas de política, como empresária ela enxergou alguns pontos fracos tanto no Espírito Santo quanto em Vitória, e ela quis apresentar esse olhar”.
Sobre ser vice de Pazolini, Delmaestro desconversou: “O partido tem muitos nomes, tem ela, o Piquet (presidente da Câmara de Vitória), o Marcus Vicente (secretário estadual de Desenvolvimento Urbano), o Goggi (vereador de Vitória), enfim, tem um monte de nomes. E nós vamos discutir no momento certo, respeitando o calendário eleitoral”.
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