As 5 conclusões sobre a pesquisa eleitoral para prefeito de Vitória

O instituto Futura Inteligência, em parceria com a Rede Vitória no projeto 100% Cidades, iniciou hoje (09) uma série de pesquisas nos municípios capixabas (veja aqui) para trazer um retrato de como anda o termômetro eleitoral e a intenção de votos dos eleitores para o cargo de prefeito a menos de cinco meses do pleito.

A série começa com Vitória, a capital do Estado, que hoje conta com muitos nomes de peso no tabuleiro eleitoral, o que pode fazer desse pleito um dos mais concorridos dos últimos tempos.

Porém, a previsão é que haja um afunilamento dos pré-candidatos até o início da campanha, o que já começou a acontecer. Na noite de ontem (08), a coluna De Olho no Poder noticiou que o deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB), que representava o partido do governador na corrida pela Prefeitura de Vitória, deixou a disputa.

Ele atendeu a um pedido de Casagrande, que em entrevista para a coluna disse que deu uma tarefa para o correligionário cumprir durante a campanha eleitoral: “Pedi para o Tyago levar a mensagem do governador, onde eu não puder ir, levar a mensagem de sintonia. E pedi para ele não ser candidato a prefeito de Vitória”, disse Casagrande, em primeira mão, para a coluna.

Como mostrou a pesquisa Futura, Tyago Hoffmann não estava entre os primeiros pré-candidatos a serem lembrados pelos eleitores. Ele pontuou 0,2% de intenção de voto na pesquisa espontânea e 0,6% na estimulada. Mas ele tem um trunfo nas mãos.

O candidato a quem ele escolher dar apoio vai herdar o tempo de TV e recursos para a eleição e ainda o apoio do partido do governador – e, indireta ou diretamente, do próprio Casagrande. O que pode fazer diferença na construção da campanha e na percepção do eleitorado.

A coluna listou algumas das primeiras conclusões que já podem ser tiradas da pesquisa para prefeito de Vitória, lembrando sempre que pesquisa eleitoral é o retrato do momento.

ELEIÇÕES 2024: Pesquisa Futura aponta Pazolini na frente na disputa para prefeito de Vitória

1 – Pazolini parte como favorito

Em todos os cenários de 1º turno, espontâneos e estimulados, o atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), aparece como favorito e já parte com pelo menos 30% das intenções de voto. Ele é seguido pelos deputados João Coser (PT) e Capitão Assumção (PL).

No cenário espontâneo, 32% disseram que votariam em Pazolini. No primeiro cenário estimulado, com 10 nomes apresentados, 37,4% dos eleitores disseram que votariam no prefeito. E no segundo cenário estimulado, com seis pré-candidatos na disputa, 30,8% optariam pelo republicano.

O índice é positivo, pois retrata que o prefeito é lembrado, e bem lembrado, por boa parte do eleitorado, principalmente no cenário espontâneo, quando não são apresentados os nomes dos pré-candidatos.

Pazolini tem a seu favor o peso da máquina pública e toda a visibilidade que ela carrega. É o rosto que aparece na foto durante as entregas, a assinatura nas ordens de serviço, a voz nos discursos dos eventos. Representa o eleitorado de centro-direita e de direita.

Já Coser traz o apoio do presidente da República, Lula, e da forte militância do PT, é a representação dos eleitores de centro-esquerda e de esquerda. É o que melhor consegue absorver o voto dos insatisfeitos com a gestão municipal.

E Assumção conta com o apoio do ex-presidente Bolsonaro e de seus seguidores, representando a extrema-direita. Assumção, porém, está sob restrição da Justiça, não podendo dar entrevistas e nem usar redes sociais, o que pode impactar em sua campanha.

2 – Eleição de dois turnos

Os dados apresentados pela pesquisa mostram também que a eleição de Vitória vai para o segundo turno – que acontece quando nenhum dos candidatos nos municípios com mais de 200 mil eleitores alcança a maioria absoluta dos votos válidos (50% + 1).

A grande quantidade de candidatos na disputa favorece um segundo turno, já que os votos acabam sendo pulverizados entre os pleiteantes. Um segundo turno desagrada o favorito, mas é muito bom para os adversários, uma vez que os apoios se acumulam. É uma nova eleição.

Outro fator é que a intenção de votos do primeiro colocado na pesquisa – no caso, o prefeito Lorenzo Pazolini – também está longe, a contar de hoje, de atingir a maioria absoluta, uma vez que ele transita na casa dos 30%.

3 – Segundo turno mais difícil com PT e mais fácil com PL

A pesquisa simulou cinco cenários de segundo turno, tendo Pazolini em todos, mas disputando contra João Coser (PT), Luiz Paulo (PSDB), Camila Valadão (Psol), Sergio Majeski (PDT) e Capitão Assumção (PL).

No cenário entre Pazolini e Coser, o prefeito venceria a eleição com 51% dos votos contra 40,1%. Já 4,4% votariam em branco ou nulo e 4,4% ainda estão indecisos. O cenário que repetiria 2020 é o mais acirrado entre os testados e o mais provável, no momento, de ocorrer.

Já o que é mais favorável à vitória de Pazolini é o cenário com Assumção. Nesta simulação, o prefeito teria 66% das intenções de voto contra 14,4% do capitão. Nesse caso, o índice dos que não votariam em nenhum dos dois é maior do que a votação do segundo colocado: 15,6%.

Sendo dois candidatos de direita, a leitura que se faz é que num cenário como este, os eleitores de esquerda, ou de João Coser, votariam em Pazolini ou então anulariam o voto.

4 – Extremo rejeitado

Quando o questionamento é sobre quem o eleitor não votaria de jeito nenhum, Capitão Assumção (PL) lidera o ranking, mesmo com a possibilidade de respostas múltiplas. Ele aparece com 48,1% de rejeição e é seguido pelo petista João Coser, com 33,1%.

A rejeição, assim como o voto espontâneo, é considerada muito bem definida e construída a partir de algum conhecimento que se tem sobre o candidato. A pesquisa pontuou que 38,4% do eleitorado de Vitória analisam a trajetória do candidato para definir seu voto.

A rejeição é, então, aquela decisão difícil de ser mudada, que já está gravada na cabeça do eleitor e, para muitos cientistas políticos, pesa mais do que a intenção de votos.

Os números de rejeição apresentados na pesquisa mostram que boa parte do eleitorado de Vitória rejeita a extrema-direita, capitaneada por Assumção, mas também não querem polarização, levando-se em conta quem vem em seguida.

Trata-se de um eleitorado mais moderado, que tende a se identificar mais com a política do centro ideológico – pendendo ora para a centro-esquerda, ora para a centro-direita.

Na pesquisa espontânea, Assumção pontua 1,8% das intenções de voto para prefeito, ou seja, quando não se apresenta os nomes, ele é pouco lembrado. Mas a intenção de voto no capitão no cenário estimulado aumenta e ele passa a ocupar a terceira posição com 9,4% das intenções de voto num cenário e 13,9%, em outro.

Neste último cenário estimulado, onde são apresentados apenas seis nomes de candidatos, Assumção e Coser empatam em segundo lugar, no limite da margem de erro que é de 4 pontos percentuais.

5 – Jogo aberto

A pesquisa espontânea mostra que há ainda uma boa parcela do eleitorado de Vitória que está indecisa. São 39% dos entrevistados que ainda não sabem em quem irão votar – nesse cenário, o índice de indecisos é superior à pontuação do primeiro colocado, no caso o prefeito Pazolini, que somou 32%.

A pesquisa mostrou que a maioria do eleitorado (40,1%) se informa sobre os candidatos pela TV e a campanha eleitoral pelo veículo ainda não começou.

Embora a pesquisa aponte que boa parte da população está interessada na eleição e que conhece os candidatos, a tradição mostra também que para uma parcela do eleitorado, a decisão será tomada bem próximo ao pleito.

Isso mostra que o jogo está aberto e que há um longo caminho ainda a ser percorrido.

A pesquisa está registrada sob o número: ES-00672/2024

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