Com uma frente ampla que reúne nove partidos, o prefeito de Viana, Wanderson Bueno (Podemos), não deve encontrar dificuldades para ser reeleito nas eleições deste ano. Ao menos é isso que mostra a pesquisa do Instituto Futura Inteligência em parceria com a Rede Vitória no projeto 100% Cidades.
Wanderson não só pontua bem em todos os cenários testados, como mantém um abismo de vantagem com relação aos seus adversários. No cenário espontâneo, soma 50,1% contra 0,6% da advogada e ex-vereadora Luzinete Deolindo (DC), que está em segundo lugar.
No cenário estimulado, a distância entre Wanderson e seus adversários é ainda maior: ele pontua 73,1% contra 4,4% do comerciante e ex-vice-prefeito Faustão (PDT), que ocupa o segundo lugar nas intenções de voto do eleitorado vianense.
Embora o número de indecisos seja alto – 42,1% no cenário espontâneo e 14,3%, no estimulado – o nome de Wanderson é lembrado mesmo quando a pergunta é se o eleitor sabe quem pode ser candidato neste ano. A lembrança espontânea é uma das características para um favoritismo.
Cria do deputado federal e ex-prefeito Gilson Daniel, Wanderson está em seu primeiro mandato e desde que assumiu tem investido numa política de alianças com as diversas forças do município.
Isso fez com que ele praticamente neutralizasse a oposição. Hoje, ele quase não enfrenta resistências na Câmara de Vereadores e está fechado com PSB, PP, MDB, Republicanos, PRD, União Brasil, Agir e PSD, além do seu próprio partido, o Podemos.
Desses partidos, PSB e MDB estão na disputa e são os favoritos para indicar um vice na chapa de Wanderson à reeleição. O PSB tem o nome do vereador Gilmar Mariano e o MDB tem o atual vice, Fábio Dias.
Aliado do governador, Wanderson colhe também os frutos dos investimentos estaduais que são feitos no município. E isso também explica sua vantagem numérica na pesquisa.
No último mês de março, por exemplo, o governador Renato Casagrande (PSB) entregou casas populares e anunciou investimentos na drenagem e pavimentação de ruas, além da construção de uma creche e a reforma de um campo de futebol. Ainda que os investimentos sejam estaduais, quem apareceu na foto oficial foi Wanderson.
Mas, se por um lado ele conta com os investimentos do governo do Estado a seu favor, por outro ele tem também as cobranças e os desafios do menor município da Região Metropolitana, que é cortado por duas BRs. Problemas com alagamentos e acidentes de trânsito – ano passado foram 21 mortes no trânsito, quase três vezes mais que o número de assassinatos (8) – tiram o sono de qualquer gestor.
Até o momento, são quatro os cotados para a disputa: além do prefeito Wanderson, também são cotados o comerciante e ex-vice-prefeito José dos Santos da Silva (PDT), o Faustão, a advogada e ex-vereadora Luzinete Deolindo (DC) e o ex-secretário estadual de Meio Ambiente Fabrício Machado (PV).
Fabrício também é aliado do governo do Estado e conta com o apoio da federação PT-PV-PCdoB. Já Faustão, segundo dirigentes do PDT, ainda não teria fechado apoio com outros partidos e Luzinete também só tem, até o momento, o apoio da sua própria legenda.
Algo que chama a atenção é que, da Grande Vitória, Viana é o município em que a maior parte das pré-candidaturas não é de direita, o que contrasta um pouco com o eleitorado.
No levantamento, foi questionado sobre a preferência por um posicionamento político. Dos entrevistados, 50,1% disseram que não têm preferência por nenhum posicionamento. Já 31,5% afirmaram ser de direita; 6,3% se identificam mais com a esquerda e 5,2% se consideram de centro.
Os dados podem apontar que a escolha do pré-candidato não será definida, necessariamente, pelo partido que ele se encontra e que a polarização nacional, que tomou conta das eleições de 2022, está perdendo força, ao menos para as disputas municipais.
Algo que é preciso destacar é que nada ainda está definido. Pesquisa é o retrato do momento e, oficialmente, a campanha ainda não começou. Os números apontam um favorito: o prefeito larga na frente e com vantagem na corrida e que seria difícil batê-lo nas urnas se a eleição fosse hoje. Mas, há muito chão ainda para se percorrer.
É uma oportunidade também dos demais pré-candidatos recalcularem a rota, acelerarem as articulações e se mostrarem mais para os eleitores. Vale repetir: nada está definido.
A pesquisa, que contou com 400 entrevistas, foi realizada entre os dias 6 e 11 de junho, tem uma margem de erro de 4,9 pontos percentuais e índice de confiança de 95%. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o número: ES-02398/2024.
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