Onda da mudança deve perder força na eleição de 2014

Se nas eleições municipais a onda da mudança tomou conta dos capixabas, parece que o movimento não deve continuar, pelo menos não na escolha do chefe do Palácio Anchieta. Cotado como certo para disputar a reeleição em 2014 e favorito para um mandato de mais quatro anos, o governador Renato Casagrande só não se mantém no cargo caso perca fôlego nos próximos dois anos. Para o cientista político André Pereira, provavelmente haverá nomes lançados para ganhar fama e fazer trampolim para futuras eleições.

Desafios
Mesmo com fôlego aparente para dominar a disputa, na visão do especialista, Casagrande vai ter uma grande dificuldade pela frente. É que com a redução de receitas causadas pelo fim do Fundap e a provável redução de royalties, o socialista terá que manter a máquina funcionando para que as obras não parem e os votos cheguem na mesma proporção.

Ao trabalho I
Os novos prefeitos eleitos também terão que um duplo desafio nas suas administrações. Além de reequilibrar as contas que seus sucessores, segundo eles, deixaram atrasadas, eles ainda precisam mostrar resultados para a população, que mostrou nas urnas o sentimento da mudança. Caso não consigam, 2014 pode ser o ano da revanche.

Ao trabalho II
Na Grande Vitória, por exemplo, não se reelegeram os ex-prefeitos Neucimar Fraga (PR) e Sérgio Vidigal (PDT). Ambos estão sendo cotados para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, mas se seus sucessores não apresentarem os resultados esperados pelo povo nada impede que eles voltem a disputar vaga no Executivo. E mais fortalecidos pelo fato da “mudança” não ter dado certo.

Popularidade
Nos bastidores políticos há quem já aposte que devido à popularidade conquistada nas últimas eleições, prefeitos eleitos com recorde de votos possam se aventurar em uma provável disputa pelo Governo do Estado. Entre os mais cotados, está o prefeito de Cariacica, Geraldo Luiza, o Juninho (PPS), o mais votado proporcionalmente em todo o Brasil.

Reprovação
A Transparência Capixaba, no entanto, não vê com bons olhos esse movimento de prefeitos eleitos deixarem os cargos para concorrer eleição no meio do mandato. O secretário de Comunicação da ONG, Edmar Camata, defende que seja mantido o compromisso com o eleitor e que eles permaneçam até o fim na função para a qual foram eleitos.