Apontado como possível candidato a governador ou vice em uma eventual chapa do senador Ricardo Ferraço (PMDB) na disputa pelo Palácio Anchieta em 2014, o ex-presidente do Bandes Guerino Balestrassi carrega em sua trajetória política um leque de desafetos.
Seu temperamento tranquilo esconde, segundo lideranças políticas, uma personalidade capaz de romper com aliados para atingir interesses políticos. Foi assim em 2008, quando ele decidiu romper com o deputado federal Paulo Foletto (PSB), então candidato a prefeito de Colatina, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) e o atual governador Renato Casagrande (PSB).
Na época, o distanciamento aconteceu por conta de disputas eleitorais. Naquele período, ele era do PSB, deixou o partido e a amizade dessas importantes figuras para lançar a candidatura do petista Leonardo Deptulski (PT) à prefeitura de Colatina.
Na lista de adversários pode ser incluído ainda o ex-deputado Marcelino Fraga, denunciado no esquema da máfia das ambulâncias. Guerino não chegou a ser um aliado do Sanguessuga, mas mantinha ligações quando ele era o prefeito de Colatina. Ambos trocaram acusações e o clima entre eles até hoje não é o dos melhores.
Remando de acordo com a maré, Balestrassi conseguiu um novo espaço no Governo, agora administrado por Renato Casagrande. No entanto, novamente descartou o voto de confiança e deixou a base do socialista para voar para PSDB, onde os tucanos o colocam como candidato à sucessão palaciana. Nos bastidores a informação é de que o governador não ficou nada satisfeito com essa saída súbita do Bandes para atender os seus interesses políticos.
Vale lembrar ainda que Guerino também não tem muitos amigos no PV e no Rede, este último de onde saiu mais recentemente para se abrigar no PSDB. Por enquanto, o ex-presidente do Bandes tem se adaptado bem ao ninho tucano. Mas diante de todo esse histórico de instabilidade é difícil prevê até quando.