Embora o discurso oficial de que a saída do PSB da base aliada da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), não irá influenciar na política local, os socialistas capixabas já estão preocupados, principalmente com a formação de chapas competitivas para disputar eleição para a Assembleia Legislativa e também na Câmara dos Deputados.
Caso realmente haja o rompimento entre PSB e PT aqui no Estado, as chances dos socialistas de ficarem isolados são cada vez mais eminentes, o que acabaria dificultando, principalmente, os planos do partido de aumentar sua bancada na Câmara.
Atualmente, o PSB aposta suas fichas nas candidaturas do secretário de Esporte, Vandinho Leite, e na reeleição do deputado Paulo Foletto. Mas para atingir os planos seria necessária a formação de uma aliança forte com outros partidos. Apesar de declararem que eleição será discutida apenas no início do ano que vem, nos bastidores já existem socialistas preocupados que o possível isolamento acabe enfraquecendo e reduzindo o PSB em Brasília.
Por outro lado, pelo menos nos discursos oficiais, os petistas dão sinais de que não há motivos para preocupação, já que os dois partidos vivem em total harmonia. Vale lembrar, no entanto, que em novembro o PT vai escolher seu novo presidente. E se tudo correr como é esperado, o eleito será o ex-prefeito de Vitória, João Coser (PT).
Como se sabe, Coser é um dos principais aliados do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), chegou, inclusive, a criar um racha interno ao declarar apoio à candidatura do peemedebista à prefeitura de Vitória mesmo com a deputada Iriny Lopes (PT) se lançando na disputa.
Ou seja, com a possibilidade do PMDB lançar o senador Ricardo Ferraço ao Governo com as digitais de Hartung, há uma grande chance do PT capixaba mudar de lado, deixar a base aliada de Casagrande e passar para o time do ex-governador. O tabuleiro político, no entanto, ainda está muito embaralhado.