Eleição abre princípio de crise no PMDB capixaba

luziaParece que a proximidade das eleições tem deixado vários partidos políticos no Espírito Santo em polvorosa. Além do PT, que vive uma disputa interna pelas vagas de deputado federal e senador, o PSB capixaba também já dá sinais de que as articulações estão pegando fogo e causando conflitos entre a militância. E no PMDB, a situação também não é diferente.

Internamente há um grupo político que defende que o partido continue na base do governador Renato Casagrande, inclusive, foram contra a decisão da cúpula de entregar os cargos que a sigla tinha no Palácio Anchieta. Um tanto quanto à revelia e contrariando a decisão, o secretário de Transporte e Obras Públicas, Fábio Damasceno, bateu o pé e ficou na pasta.

Paralelo a todo esse conflito, a bancada do PMDB na Assembleia, a maior entre os demais partidos, também vive um clima acirrado de disputa pela liderança na Casa. Atualmente, a posto é ocupado pela deputada Luzia Toledo, mas há uma movimentação para tirá-la a representatividade.

Quem é cotado para substituí-la é o deputado Marcelo Santos, um dos que defendem a manutenção do apoio ao governador Casagrande. Como vice, a indicação ficaria por conta do explosivo José Esmeraldo, que, embora faça muitas críticas ao Palácio Anchieta, sempre vota de acordo com os interesses do Executivo.

Nos corredores e na sala do cafezinho da Assembleia, o que se comenta é que a retirada de Luzia da liderança do partido se deve, principalmente, ao fato de ela sofrer grande influência do presidente estadual do partido, o deputado federal Lelo Coimbra. Este, vale lembrar, não esconde o desejo de ver a sigla concorrendo a uma vaga ao Governo do Estado e é um dos principais aliados do ex-governador Paulo Hartung (PMDB).

O incêndio entre os peemedebistas, ao que tudo indica, está longe de ser apagado. Mas esta semana existe a possibilidade do grupo se reunir para tentar conter as chamas internas. De qualquer forma é difícil compreender esse clima de revanche onde teoricamente todos deveriam ter o mesmo pensamento, já que estão todos no mesmo partido, com a mesma filosofia e ideia. Ou será que não existe mais isso e os partidos políticos perderam sua função?