Essa semana pode não ser igual a que passou. Pelo menos essa é a expectativa de algumas lideranças que movimentam no cenário político do Estado. O governador do Estado, Renato Casagrande (PSB), deve se antecipar e anunciar nos próximos dias que vai disputar a reeleição. O próprio governador já foi aconselhado a fazer isso para que possa negociar alianças oficialmente e conter o avanço da candidatura do ex-governador Paulo Hartung (PMDB).
A disputa vai ser de gente grande entre os até então aliados políticos, mas que a briga pelo Palácio Anchieta vai colocá-los em lados opostos. Por um lado, Casagrande sabe que tem um grande desafio pela frente, já que foi pelas mãos de Hartung que o Estado se organizou politicamente e financeiramente. Foi o peemedebista que ficou conhecido por “passar o Estado a limpo”, como ele mesmo gosta de dizer, após os desmandos do crime organizado.
Já por outro lado, Casagrande tem o poder da máquina nas mãos. Prefeitos já fizeram, inclusive, reuniões para pregar apoio ao socialista levantando a bandeira da unidade que há muito tempo já não existe. Embora ambas as partes neguem, a oposição diz que há uma pressão palaciana para que eles não continuem na base para não perder repasses de recursos públicos.
Depois de um longo período sem um cenário tão aquecido, os capixabas já podem esperar troca de críticas de aliados das duas lideranças que devem mesmo se enfrentar nas urnas. Emissários de Hartung na Assembleia, por exemplo, já fazem coro contra Casagrande na Casa e apontam as falhas no Governo que até há alguns dias eram todos aliados.
Antes mesmo de assumir a candidatura à reeleição, Casagrande também já começa a dar sinais de que não vai jogar as críticas para debaixo do tapete. No último sábado mesmo, apesar de não citar nomes e falando em lealdade, atacou governos anteriores e disse que em nenhum outro momento movimentos sociais foram atendidos e tiveram voz dentro do Palácio Anchieta.
Casagrande e Hartung também disputam apoio das legendas. O socialista já tem o do PPS, do prefeito Luciano Rezende, do PP, do ex-deputado Marcus Vicente, e do bloco formado pelos partidos nanicos que somam mais de 10 legendas. E ainda esta semana pode ganhar um novo reforço com a chance do PSDB declarar apoio à chapa palaciana.
Já Hartung terá, ao que tudo indica, o PT do ex-prefeito João Coser, um dos pilares do Governo Casagrande, mas que aponta para uma mudança de lado em troca de palanque para a presidente Dilma Rousseff no Espírito Santo. E nessa briga de titãs, é difícil prever quem serão os vencedores e os vencidos.