Assim como o PT, os tucanos capixabas também estão vivendo um difícil dilema provocado pela polarização das pré-candidaturas ao Governo do Estado, principalmente após o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) confirmar o passaporte para a disputa. O PSDB capixaba sempre negou que estará no mesmo palanque onde estiverem os petistas concorrendo a qualquer cargo.
No entanto, no Espírito Santo, tucanos de alta plumagem, como o líder do partido, deputado César Colnago, e o ex-deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas, nunca esconderam que estão sempre do lado de Hartung. Só que agora os históricos aliados poderão estar em lados apostos, já que o PMDB de Hartung está praticamente fechado com o PT do qual a legenda não pode nem ouvir falar.
Com isso, a hipótese mais provável é de que haja uma aproximação entre o PSDB e o PSB do governador Renato Casagrande, que disputa à reeleição, e que já sinaliza enfrentar a presidente Dilma Rousseff (PT) para apoiar Aécio Neves (PSDB) em um provável segundo turno.
Ao que parece, no entanto, é que os tucanos mudaram rapidamente de opinião em relação ao atual governo do Estado. O PSDB foi o primeiro a lançar candidatura própria, assumida pelo ex-presidente do Bandes Guerino Balestrassi, e um dos que mais atacaram o a gestão socialista recentemente.
Na sua propaganda partidária, por exemplo, chegou a alfinetar o slogan da atual administração crescer é com a gente ao mostrar a escalada da violência no Estado nos últimos quatro anos, além de outras deficiências do Palácio Anchieta.
Os ataques foram tão agressivos que o próprio PSB de Casagrande conseguiu na Justiça a retirada da propaganda do ar e sua exibição virou alvo de disputa entre os dois partidos. Mas agora estarão todos juntos no mesmo palanque? Será que em pouco tempo todos os problemas do Governo foram solucionados? Soa um tanto contraditório para os tucanos se aliar a um governo que até um mês atrás vivia, segundo o próprio PSDB, mergulhando em um mar de problemas. Mas política é assim mesmo. De uma hora para outra os ventos mudam de direção. Quem é amigo passa a ser inimigo e vice-versa. Cabe ao eleitor ficar atento aos arranjos políticos e fazer a melhor escolha quando for às urnas em outubro eleger seus representantes.