Os capixabas esperavam mais da visita de Dilma ao Estado

dilmaDepois de quase quatro anos de mandato, a presidente Dilma Rousseff (PT) finalmente vai fazer uma visita ao Espírito Santo. No final do ano passado ele sobrevoou áreas atingidas pelas chuvas, mas sua passagem relâmpago nem pode ser considerada, já que sequer deixou aeroporto de Vitória. De lá mesmo retornou para casa para passar o réveillon com a família.

Na próxima quarta-feira (2), Dilma confirmou que virá ao Estado para participar da solenidade do curso de formação dos alunos do Pronatec. Sem querer colocar a importância do evento em cheque, mas os capixabas queriam que ela viesse para trazer notícias que fossem impactar o dia-a-dia da população.

Principalmente informações referentes às obras que já aguardamos há algum tempo e que se arrastam sem uma solução, como por exemplo, a famigerada ampliação do aeroporto de Vitória (que nunca decola), duplicação da BR-262 e a modernização do Porto de Vitória. Essas são apenas algumas entre outras demandas que o Estado clama, mas que o Governo Federal ainda não deu uma resposta à sociedade.

Embora ainda não tenha detalhes da visita, a passagem dela pelo Estado tem mais caráter político do que de fato administrativo. Sua presença já era alvo de intenso trabalho de petistas daqui. Eles sabem que a presidente não tem uma boa imagem perante os capixabas, inclusive teve baixo desempenho nas urnas na eleição passada mesmo tendo o apoio do ex-governador Paulo Hartung, que deixou o Palácio Anchieta com recorde de popularidade.

A visita somente às vésperas da oficialização da campanha eleitoral traz a sensação de que a chefe do Planalto vai tentar reverter sua rejeição entre os capixabas. Vai ser uma tarefa difícil. Além de ficar tanto tempo sem aparecer e das obras que impedem o desenvolvimento capixaba, foi pelas mãos de Dilma que o Estado perdeu o Fundap e, por pouco, também não fica sem os royalties.

Mesmo com o palanque já montado e o discurso pronto de que Dilma foi generosa com os investimentos no Espírito Santo, a tarefa de convencer os eleitores não vai ser a das mais fáceis, mesmo com a máquina nas mãos e usando a seu favor. Apesar de uma certa blindagem, protestos devem acontecer e vaias também são esperadas. E não será apenas por parte da “elite branca”, como gostam de dizer os petistas.

Eu vou, mas eu volto!
A partir de hoje me despeço dos eleitores para tirar um descanso de 30 dias e voltar revigorado para o período eleitoral. Durante minhas férias quem assume a Coluna é o jornalista Gabriel Serafim, que terá a missão de acompanhar todos os bastidores do início da reta final das eleições. Até a volta!