Às vésperas de entregar as chaves do Palácio Anchieta para seu sucessor, Renato Casagrande terá a tarefa desgastante de convencer os parlamentares a aprovar suas contas no plenário, depois do golpe sofrido durante a semana, quando a comissão de finanças da Ales, desconsiderou o parecer técnico favorável do Tribunal de Contas e reprovou as contas do governo.
O presidente da Mesa, Theodorico Ferraço (DEM), já disse que o socialista poderá se defender antes do parecer da comissão de finanças ser votado no plenário.
O dilema agora é deixar para o ano que vem ou acabar de vez com esse sofrimento. Se optar pela primeira opção, com a Casa já em total sintonia com o novo Governo, pode ser mais difícil escapar do que já considerou jogo sujo.
A melhor alternativa, na avaliação do meio político, seria enfrentar logo o problema enquanto ainda se pode contar com alguns aliados. As peças do tabuleiro de Casagrande precisam se movimentar antes que ele leve mais um xeque-mate.
A questão é em quem confiar… Em política, todos sabem que aliado vira inimigo e vice-versa do dia para a noite, ainda mais com um novo Governo batendo à porta. Embora ainda não tenha assumido de fato o Palácio Anchieta, o que se comenta no mundo político é que o governador Paulo Hartung (PMDB) vai voltar a ditar as regras na Casa de Leis, assim como fez durante seus oito anos de mandato. A reprovação das contas de Casagrande teria sido um exemplo claro de que o peemedebista vem recrutando seus súditos para aniquilar de vez com seu principal adversário na última eleição.
Embora ainda tenha aliados na Casa, Casagrande pode sofrer outro golpe. Até porque não dá para confiar na base que o sustenta na Assembleia. Vale lembrar que seu próprio líder, o deputado Vandinho Leite (PSB), recentemente fez duras críticas e o acusou de prestar um desserviço ao Estado ao sancionar a Lei que permite a venda de bebida alcoólica nos estádios capixabas.
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