Nas últimas eleições, a deputada federal Rose de Freitas (PMDB) bateu o pé, lutou internamente e conseguiu viabilizar sua candidatura ao Senado. Conseguiu se eleger com o discurso de ser a única candidata municipalista. De fato, ela realmente tem uma base forte no interior do Estado graças às emendas que consegue destinar às cidades de fora da Grande Vitória.
A relação conturbada que tinha com o governador Paulo Hartung (PMDB) e também com o presidente do seu partido, Lelo Coimbra, foi, aparentemente, contornada. Os dois, inclusive, protagonizaram durante a campanha uma cena quase impossível de se ver em tempos anteriores: Lelo e Hartung pedindo votos para ela se eleger no Senado, embora o governador dividisse seus pedidos para o candidato derrotado João Coser (PT).
Superados os conflitos internos, Rose agora vive batendo de porta em porta ao lado de Lelo e Hartung nos ministérios da presidente Dilma Rousseff (PT) tentando conseguir recursos para demandas antigas dos capixabas. Foram mais de 10 reuniões durante peregrinação na semana passada. E olha que ela nem assumiu o mandato no Senado ainda.
Para Hartung, claro, é muito mais vantajoso ter os três senadores rezando em sua cartilha. Mas Rose, assim como o próprio governador, não dá ponto sem nó. Nos bastidores, no entanto, já existem rumores sobre suas reais intenções.
A senadora eleita, segundo conversas que circulam em Brasília, está costurando seus planos para o futuro. A ideia seria fortalecer seu nome no Senado para que daqui a quatro anos possa disputar uma eventual candidatura ao Governo do Estado. Hartung já disse que não disputa a reeleição, apesar de poucas pessoas acreditarem nisso. Caso suas intenções se confirmem, Rose sabe que não vai ser fácil, até porque na linha sucessória do Palácio Anchieta o nome mais cogitado seria o do colega Ricardo Ferraço (PMDB), mesmo com ele sendo assediado pelo no PL, que está prestes a ser criado com a fusão com o PSD.
Mas disposição para brigar ela tem de sobra, é só lembrar das últimas eleições. Apoio do partido no interior para concorrer à vaga certamente não vai lhe faltar. No entanto, a queda de braço com Hartung ditando as regras no Governo será muito mais acirrada. Nesse cenário, a aproximação dela com Lelo e Hartung pode ir por água abaixo a voltar tudo como era antes: cada um por si…
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