É inegável que nos últimos três dias o Espírito Santo ganhou projeção nacional com os desfiles do Carnaval de Vitória, principalmente no sábado quando o evento foi transmitido ao vivo para todo o Brasil. A festa foi linda, a organização não teve grandes problemas, mas como todo grande evento sempre acontece imprevisto.
Esse ano, o principal deles foi, sem dúvida, a venda dos ingressos. A Blueticket, empresa contratada para fazer o serviço, vendeu quase seis mil ingressos a mais do que a capacidade do sambódromo. Alguns ingressos para as mesas também tiveram duplicidade na comercialização.
A credibilidade da empresa, até então acostumada a realizar grandes festas Brasil a fora, ficou arranhada. Mais do que isso. Ela corre o risco de ficar impedida de participar de licitações com órgãos públicos, já que a prefeitura estuda entrar na Justiça para punir com rigor a falha que deixou vários foliões de fora do carnaval mesmo com tendo feito o pagamento dos bilhetes.
Segundo o prefeito Luciano Rezende (PPS), a procuradoria municipal está analisando as possíveis punições contra a Blueticket para enquadrá-la pela irresponsabilidade. Os rumores que circulam no meio político são de que subestimaram a grandiosidade do carnaval de Vitória e que a empresa não esperava que haveria tanta procura.
Outro alerta que ficou evidente com essa falha foi a necessidade de se ampliar a capacidade do Sambão do Povo, apelidado por muitos como a nossa Sapucaí capixaba”, uma alusão ao sambódromo do Rio de Janeiro. Diante disso, a prefeitura já estuda e tem projetos para a ampliação do espaço já para o ano que vem.
O fim da folia também deixou claro uma possível reaproximação entre o prefeito Luciano e o governador Paulo Hartung (PMDB), embora rumores de bastidores apontam que a presença do peemedebista no local depois de tantos anos foi feita a contragosto.
Tanto que ele só apareceu no sábado, quando o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, desembarcou por aqui para desfilar pela Boa Vista. Fontes com acesso ao Palácio Anchieta garantem que Hartung não foi no primeiro dia para não dividir os holofotes com Luciano na solenidade de entrega das chaves da cidade para a família real. O burburinho ganhou força principalmente porque Hartung, apesar de ter feito fotos ao lado do anfitrião, evitou ficar no camarote do Executivo da Capital.
Mas como é carnaval, as divergências foram deixadas de lado e, aparentemente, todos estão unidos no mesmo bloco para fortalecer cada vez mais a folia capixaba. A expectativa que fica é de que o princípio de namoro entre o Governo Estadual e o Municipal se fortaleça ao longo do ano e o romance não acabe na Quarta-Feira de Cinzas.
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