Enivaldo dos Anjos, o deputado “indomável” na Assembleia

Antes de assumir o mandato na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD) foi um dos maiores defensores de que o partido estivesse junto com o governador Paulo Hartung (PMDB) durante seus quatro anos de Governo. A relação de proximidade foi aumentado com o passar do tempo, mas contraditoriamente ele também não vem poupando críticas ao Palácio Anchieta em seus discursos na Assembleia.

Recentemente, considerou uma falta de respeito por parte do Governo marcar uma reunião com deputados em pleno horário de sessão, que acabou tendo que ser esvaziada antes do expediente para que os parlamentares fossem para a reunião. E ele, que boicotou o evento, estava com a razão, e  até chegou a questionar se os desembargadores, por exemplo, seriam convidados pelo governador na hora da sua sessão no pleno. Provavelmente não, é bem verdade.

Mas como o Legislativo na maioria das vezes vem sendo uma extensão do Palácio Anchieta, a impressão que se tem é de que na Casa de Leis tudo pode. Mas é essa visão que Enivaldo pelo menos vem tentando acabar. Seus discursos se tornaram os mais esperados do plenário. Ele critica, briga com os colegas e atira sua metralhadora giratória para todos os lados. Ninguém escapa.

Aliados do próprio parlamentar garantem que ele é uma figura indomável e de opinião forte. Embora seu partido esteja cada vez mais próximo do Executivo jamais vai deixar de falar o que pensa. A relação de amor e ódio com Hartung não é de hoje e os dois sempre foram bem próximos, o que parece contraditório em algumas situações.

Mas além de morder, Enivaldo também sabe assoprar. Durante a semana ele defendeu a volta do regime de urgência para o polêmico projeto Escola Viva, mesmo após a matéria ser alvo de protesto da comunidade escolar e até dos próprios deputados. A matéria, que foi carro-chefe da campanha de Hartung, não foi bem aceita no plenário, principalmente pelo tucano Sérgio Majeski (PSDB), que curiosamente é de um partido da sustentação do Governo.

Enivaldo tem feito no plenário o que fazia o deputado Euclério Sampaio (PDT) há alguns anos quando o próprio Hartung era o governador. Roubou a cena ainda do presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM), que detinha um temperamento explosivo e vez por outra mostrava sinais de desgaste com Hartung. As sessões, inegavelmente, tem ficado mais quentes. E essa postura deve ser mantida. Como diz um de seus aliados, “vai ser difícil parar o Enivaldo”.

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