Nunca se investigou tanto em tão pouco tempo na Assembleia

Logo que se iniciou a nova legislatura na Assembleia, os deputados estaduais afinaram o discurso de que os mandatos atuais não seriam iguais aos do que passaram por lá no ano passado. Iriam, inclusive, dar mais transparência, independente do Poder Executivo e seriam ainda mais combativos.

Realmente nunca antes da história do Legislativo se investigou tanto em tão pouco tempo. Em quatro meses de atividades, os deputados já criaram cinco CPIs, o teto máximo permitido, para investigar os mais diversos assuntos. São elas: CPI do Pó Preto, CPI do Transcol, CPI da Sonegação Fiscal, CPI dos Guinchos e CPI do Empenho.

Além delas, outra infinidade de comissões está sendo criadas pelos parlamentares. Pelo menos seis já tramitam na Casa, entre elas, grupos para apurar as demissões na Vale, Reforma Política, Granito e Rochas Ornamentais, Petróleo e Gás, Pacto Federativo e Obras do Kléber Andrade (Ufa!). E ainda têm as frentes parlamentares, essas incontáveis…

Embora o objetivo seja nobre, algumas das CPIs já dão sinais de que os resultados devem ficar somente no papel. As CPIs da Sonegação e do Transcol, por exemplo, já prorrogaram em mais 90 dias o prazo para apresentar um relatório conclusivo das investigações. Ou seja, se continuar nesse ritmo, o ano vai acabar e ninguém apresentou nada de concreto.

Outro problema que  começa a aparecer na Assembleia é que com tantas CPIs, frentes parlamentares e comissões especiais já faltam deputados para tantos compromissos, depoimentos e análise de documentos. Na última semana teve deputado que faltou à determinada comissão porque estava envolvido com outra. Atualmente são 30 parlamentares e daqui algum tempo, como já se comenta nos corredores do Legislativo em tom de brincadeira, vão ter que importar deputados de outros estados para dar conta do recado.

Embora com tantas investigações, está faltando um pouco mais de transparência nos trabalhos. O cidadão ainda encontra mais dificuldades para ter acesso às informações sobre as frentes e as comissões especiais no portal do Legislativo. Agora quem quiser achá-las tem que procurar uma por uma e não mais em um mesmo link como acontecia anteriormente.

A expectativa é de que mesmo com a grande quantidade de demandas, os deputados responsáveis por investigar o que se propuseram cumpram de fato os trabalhos. A esperança é para que os resultados sejam usados para favorecer a sociedade e não servir apenas para ocupar gavetas na Assembleia. É que o que sociedade espera…

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