Para Eduardo Cunha, delação de dono da UTC será "mais uma"
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou hoje as possíveis consequências da delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa, ao Ministério Público Federal. "É mais uma (delação). Já tem tantas delações no Supremo (Tribunal Federal). Vamos ver o conteúdo", comentou.
O dono da UTC foi ouvido nesta quarta-feira, 13, na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR) e fechou o acordo de delação premiada. Considerado o chefe do "clube vip" das empreiteiras envolvidas no desvio de recursos da Petrobras, Pessoa é acusado de chefiar esse grupo de grandes empresas investigadas na Operação Lava Jato.
Amanhã, membros da CPI da Petrobras se reunirão para votar requerimentos e há a possibilidade de ser apreciado o pedido de convocação do Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot. No momento em que Cunha e Janot vêm trocando farpas constantes via imprensa, o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) protocolou o requerimento. Cunha nega interferência sobre os trabalhos da CPI. "Não tenho ingerência nenhuma sobre a CPI", afirmou.
MP 664
O presidente da Câmara preside na tarde desta quarta o início da votação da Medida Provisória (MP) 664, que muda a concessão de pensão por morte. Liderada pelo vice-presidente da República, Michel Temer, a base governista passa por mais um teste de fidelidade e Cunha acredita que o novo articulador do Palácio do Planalto vem cumprindo bem sua missão.
"Estamos testando (a base aliada) na prática a todo momento. Ele (Temer) está colando a base, está recompondo uma base que tinha se perdido. Então acredito que ele está fazendo um bom trabalho. Vamos dar tempo para que ele possa reconstruir essa base", comentou.