Política

PSB deve explorar família de Campos em programa eleitoral, avalia marqueteiro capixaba

Para o consultor em marketing político Fernando Carreiro, família de Campos deve aparecer na campanha de Marina, PT aposta em Lula e PSDB ainda está perdido

Família de Campos pode ser usada na campanha Foto: Reprodução

A propaganda eleitoral gratuita no Rádio e na TV teve nesta quinta-feira, pela primeira vez, a presença da ex-senadora Marina Silva (PS) como candidata a presidência do país. Ela entrou na corrida eleitoral após a morte do candidato Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo na semana passada no litoral de São Paulo. Após dois programas eleitorais dos presidenciáveis veiculados na TV e no rádio, especialistas já analisam como devem ser o comportamento dos candidatos daqui para frente com esse novo cenário. 

O consultor em marketing político Fernando Carreiro acredita que os programas do PSB aproveitam as homenagens feitas até agora a Eduardo Campos, também para ganhar tempo para analisar como será a linha adotada por Marina nos programas eleitorais na TV e no rádio. A expectativa é de que a família do ex-governador pernambucano seja bastante utilizada durante os programas. 

“Os dois primeiros programas foram de homenagens a Campos até mesmo para ganharem tempo para ver que linha os programas vão seguir. Acredito que eles vão usar muito a família de Campos, a Renata (mulher de Campos), que é uma figura emblemática dentro do PSB”, analisou Carreiro.

Uma marca na campanha deverá ser a frase de Campos “Não vamos desistir do Brasil”. “Isso deve ser usado como um mantra e vai de encontro às outras propostas. Se souberem utilizar isso bem contra os oito anos em que o PSDB esteve no governo e os 12 anos do PT, isso pode gerar crescimento pra Marina”, acredita o consultor.

Carreiro não crê que os programas do PSDB e PT devem ter muitas alterações por conta de Marina ser a candidata e não mais Campos. “Acho que o PT tem uma linha determinada. O programa fala dos feitos dos últimos 12 anos e Lula é protagonista, é um puxador de votos”, disse Carreiro.

Já, para o consultor, o PSDB ainda está “perdido”. “O Aécio ainda não encontrou uma linha de trabalho. O candidato que quer falar para o povo não pode estar de terno e gravata. Se quer tirar votos de Dilma, tem de falar a linguagem do povo”, acredita Carreiro.

Estado

Por Marina ter tido uma votação expressiva no Espírito Santo, nas eleições de 2010, quando ela era candidata pelo PV, o consultor acredita que o governador Renato Casagrande (PSB) pode se beneficiar.

“Quando eles (Marina e Campos) vieram aqui, ela foi mais assediada que ele. Se ela abraçar a candidatura de Casagrande pode conseguir alavancar. Se ela abraçar (a candidatura de Casagrande) ele pode ganhar um pouco de popularidade, embora a transferência de voto seja enigmática”, disse Carreiro.