Política

Paulo Hartung e Renato Casagrande vão se enfrentar em 2022, garantem analistas

Os dois principais políticos do Estado têm se revezado no comando do Palácio há quase 20 anos

Luana Damasceno de Almeida

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução

Uma coisa é certa: o atual governador do Estado Renato Casagrande (PSB) e o ex-governador vão se enfrentar no ano que vem. Tudo indica que de forma indireta, já que não parece estar nos planos de Hartung uma nova aventura ao Palácio Anchieta, pelo menos por enquanto.

Os dois principais políticos do Estado têm se revezado no comando do Palácio há quase 20 anos. Eles já foram aliados, mas hoje estão em lados opostos da política. Ideologicamente, sempre estiveram. A aproximação em 2010 cumpriu mera missão política de ocasião, que acabou tão logo Hartung sinalizou a intenção de retomar o comando do estado capixaba.

As animosidades entre os dois se intensificaram com as transições dos governos. Ao assumir em 2015, Hartung afirmou que o Estado estava sem poupança e capacidade de investimento. Já em 2019, depois de vencer as eleições, Casagrande criticou a ênfase na gestão fiscal do governo anterior, e a falta de investimentos no Estado.

O QUE ESPERAR DE 2022

A reportagem conversou com especialistas e nomes ligados à política do Estado sobre se, e como essa rivalidade vai estar presente nas eleições de 2022.

Para um interlocutor com trânsito no Palácio Anchieta, que preferiu não ter a identidade revelada, a dúvida é se Hartung será protagonista, participando diretamente do processo, ou se vai atuar apenas nos bastidores.

“Nesse cenário, tem que lembrar do histórico de Paulo Hartung. Ele não entra em disputa para perder, não coloca a cara se tiver chance de derrota”.

Hartung já sentou à mesa com alguns possíveis candidatos ao governo do Estado no ano que vem, como o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), e o ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede). 

“Se olharmos o histórico das últimas eleições vamos perceber que ter muitos candidatos atrapalha quem está no poder, porque fica mais difícil ganhar no primeiro turno. Uma tentativa dos adversários vai ser pressionar para que tenham mais candidaturas, e o governo vai tentar fazer composições para diminuir”, completou.  

Nos bastidores, o nome de Hartung é cotado para a disputa ao Senado no ano que vem. O ex-governador não assume a intenção, e durante entrevistas chegou a dizer que não deve concorrer a nada. Há quem diga, entretanto, que é mera estratégia de quem já tem o nome consolidado, e não precisa de visibilidade agora. 

"A candidatura de Hartung ao Senado afeta todo o tabuleiro do xadrez. Enquanto candidato favorito ele entra no jogo político do Espírito Santo e facilita muito a existência de uma candidatura alternativa ao governador Casagrande", afirmou o cientista político Fernando Pignaton.  

Ele aponta dois movimentos envolvendo os adversários: "É o Casagrande querendo que todo mundo saia candidato ao Senado. Quanto mais candidatos, melhor para a reeleição. Do outro lado, tem o Hartung estimulando possíveis candidatos a governador, de Zanon a Contarato". 

Como não se trata de uma disputa direta, o diferencial vai girar em torno da capacidade de influência e articulação. E nisso os dois são especialistas.











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