Palocci era software e Vaccari, hardware, diz Delcídio
Segundo o senador cassado, ex-ministro pensava os projetos do governo em benefício do PT e o ex-tesoureiro executava a arrecadação de propina com empresas beneficiadas no governo petista
São Paulo, 02/11/2016 - O senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou à força-tarefa da Operação Lava Jato que o ex-ministro Antonio Palocci era o "software", que pensava os projetos do governo em benefício do PT e que os ex-tesoureiros João Vaccari Neto, do partido, e José de Filippi Júnior, das campanhas presidenciais de 2006 e 2010, eram o "hardware", que executavam a arrecadação de propina com empresas beneficiadas no governo petista.
"Antonio Palocci sempre atuava na formatação dos grandes projetos do governo", afirmou Delcídio, delator ouvido no dia 11 de outubro, em denúncia apresentada contra Palocci pelos procuradores da Lava Jato, em Curitiba. "Palocci era como se fosse o software do Partido dos Trabalhadores, enquanto João Vaccari e José de Filippi eram hardware, ou seja, executores daquilo que Antonio Palocci pensava e estruturava."
O ex-ministro dos governos Dilma Rousseff (Casa Civil) e Luiz Inácio Lula da Silva (Fazenda), Palocci foi acusado formalmente à Justiça Federal no dia 28, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele está preso em Curitiba, preventivamente, desde o dia 26 de setembro. Vaccari, preso desde 15 abril de 2015, foi condenado em pelo menos dois processo julgados por Moro e é réu em outros, acusado de ser principal operador do recebimento e cobrança de propinas em nome do PT.
Filippi, ex-prefeito de Diadema e ex-secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é apontado por delatores como recebedor de propinas.
O advogado José Roberto Batochio, que defende Palocci, reagiu com indignação à denúncia do Ministério Público Federal. "É uma acusação monstruosa, absolutamente divorciada de qualquer elemento indiciário arrecadado nos autos."
Vaccari e Di Fillipi, por meio de suas defesas, negaram em outras ocasiões envolvimento em esquemas ilícitos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.