Política

'A minha proposta é fazer uma ruptura na gestão pública', diz Vidigal, eleito na Serra

Prefeito eleito falou também em encerrar "um ciclo na vida pública", ao término de sua gestão, e afirmou que fará uma "ruptura na gestão", como em 1997

Foto: Agência Brasil

Eleito para o seu quarto mandato como prefeito da Serra, o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) promete fazer uma gestão voltada para toda a população do município e buscando envolver diversas figuras políticas da cidade. Vidigal derrotou, no segundo turno, o candidato Fábio Duarte (REDE), com 54.9% dos votos válidos.

Em entrevista à rádio Jovem Pan News Vitória, nesta segunda-feira (30), o prefeito eleito lembrou dos desafios que a cidade tem pela frente, principalmente devido aos problemas provocados pela pandemia do novo coronavírus, e afirmou que somente com união o município poderá superar essas dificuldades.

"O que eu posso reafirmar aqui é o meu compromisso de governar para todos. Que a gente possa realmente unir a cidade, que a eleição fique para trás e que a gente busque a parceria e o apoio de todas as forças políticas da cidade, de forma que a gente possa unir a cidade, porque os desafios serão muito grandes. Sabemos que a gente vive numa pandemia e não sabemos muito bem o que será no pós-pandemia. A gente tem visto muitos resultados da própria pandemia: o desemprego, o problema da retração econômica, a própria saúde pública. Então é um momento em que vamos precisar de todos para que a gente possa unir a cidade e para que a Serra seja uma cidade igualitária para todos", destacou Vidigal.

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Questionado sobre a possibilidade de os deputados estaduais Alexandre Xambinho (PL) e Vandinho Leite (PSDB), que concorreram com Vidigal no primeiro turno das eleições, fazerem parte da equipe de governo que assume a prefeitura a partir do ano que vem, o prefeito eleito não confirmou a participação deles na futura gestão, mas afirmou que ambos fazem parte das forças políticas do município que ele pretende reunir para ajudar na administração municipal.

"Xambinho e Vandinho têm uma participação importante como deputados estaduais para poder ajudar a cidade. O Xambinho assumiu publicamente o apoio, o Vandinho não se posicionou. Mas, independente que tenha sido só o Xambinho o único que tenha se posicionado, eu vou buscar todos os parlamentares, todos os políticos da cidade, para que possam realmente ser parceiros da gestão, utilizando o seu mandato em prol da Serra, não loteando a Serra para os mandatos de cada um deles".

Perguntado se poderia trazer de volta algum ex-secretário que trabalhou com ele nas gestões anteriores, Vidigal disse que ainda é cedo para fazer tal afirmação. "Eu fui prefeito por três mandatos e diria que tudo aquilo que foi aplicado naquela oportunidade não se aplica mais. Estamos vivendo um novo momento de gestão pública. Creio que é muito difícil a gente construir um novo projeto se tivermos algumas pessoas que não se atualizaram e não pensam nesse novo modelo", destacou.

Sobre não ter vencido a eleição ainda no primeiro turno — algo que as pesquisas apontavam como uma possibilidade —, Sérgio Vidigal apontou o fato de Fábio Duarte ser o candidato apoiado pelo atual prefeito, Audifax Barcelos (REDE), como algo fundamental para o resultado final do pleito.

"No primeiro turno, com todo respeito ao candidato Fábio, foi a administração do atual prefeito, Audifax, que realmente teve um papel importante e um peso muito grande na eleição. O segundo turno é uma nova eleição. Lógico que a máquina continua contribuindo, mas passou a ser uma eleição diferente. Tivemos também um problema grave em relação ao aumento da nossa abstenção. Creio que, entre todas as razões, está a própria pandemia", frisou.

Fim de um ciclo

O prefeito eleito falou também em encerrar "um ciclo na vida pública", ao término de sua gestão, e afirmou que fará uma "ruptura na gestão", como fez em 1997, em seu primeiro ano como prefeito da Serra.

"A minha proposta é fazer uma ruptura na gestão pública. Da mesma forma como em 97 eu fiz uma ruptura, colocando a Serra dando salto importante para o crescimento, eu acho que nesse momento eu tenho essa responsabilidade. Estou encerrando um ciclo na vida pública e quero encerrá-lo de forma que eu possa utilizar isso como legado para a minha vida pessoal. Então eu tenho uma responsabilidade muito grande nesse novo desafio, que não é uma tarefa fácil".

O prefeito eleito também admitiu que pretende preparar seu vice, Thiago Carreiro, para ser um possível sucessor futuramente na prefeitura da cidade. Vidigal lembrou, inclusive, que já apoiou anteriormente seu adversário nesta última eleição e também o atual prefeito, com quem concorreu em outras ocasiões.

"A minha vida inteira foi sempre formar novos gestores da vida pública. Se for observar, tanto o atual prefeito, quanto quem disputou comigo, todos eles tiveram meu apoio em determinado momento. Lógico que a cidade, assim como todo país, precisa de novos gestores mais qualificados e preparados para os desafios. E creio que o Thiago, que vem na composição dessa chapa, poderá utilizar esse novo momento também, e terá nosso apoio, para que ele possa se qualificar e se preparar para ser um futuro gestor da cidade. Creio que é uma oportunidade que todos têm que ter, até porque nós envelhecemos. A gente não vai ficar na vida pública uma vida inteira, e acho que o dinamismo da gestão pública nos permite ajudar a fortalecer novas lideranças para a cidade", ressaltou.

Questionado sobre o que fazer para que esse novo "pupilo" também não se volte contra ele, a exemplo dos anteriores, o prefeito eleito preferiu não entrar no mérito da questão e disse que seguirá acreditando nas pessoas.

"Não vou entrar nesse mérito. Se você me perguntar: "Sérgio, você se arrepende de ter apoiado o Audifax"? Não. Nós o preparamos para ser prefeito e acho até que ele teve um bom desempenho em relação ao nosso planejamento estratégico que fizemos para a cidade para 20 anos. Agora, como essa questão da gratidão do ser humano é uma questão muito pessoal, eu não tenho nenhuma vacina para isso e nem estou preocupado com isso. Eu acho que a gente tem que continuar acreditando nas pessoas e eu vou continuar minha vida acreditando nas pessoas", afirmou.



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