Política

Luciano Rezende quer entregar Vitória a “mil por hora”

Em entrevista exclusiva ao Folha Vitória, prefeito da capital afirma que vai facilitar transição e que já teve conversa prévia com o eleito Lorenzo Pazolini

Foto: Diego Alves

Vitória a mil por hora. É assim que o atual prefeito, Luciano Rezende (Cidadania) pretende entregar o município ao seu sucessor, Delegado Pazolini (Republicanos), eleito neste domingo (29). Em entrevista exclusiva ao Folha Vitória, o prefeito se colocou à disposição do novo gestor e afirmou que pretende facilitar a transição da melhor forma possível para que a capital do Estado continue a entregar o máximo ao cidadão.

“Vou colocar todas as informações à disposição do novo prefeito para que ele já comece a mil por hora. Com isso, ele poderá dar continuidade às ações e já ir imprimindo seu ritmo. Ontem (domingo, 29) conversei com o Pazolini. Foi uma conversa agradável e gostaria até de agradecer a gentileza. Me coloquei à disposição para o trabalho em equipe e sei como isso é importante para que ele tenha esses 30 dias de transição e comece bem em janeiro”.

Sobre o momento de pandemia do novo coronavírus Luciano chamou a atenção para os desafios que o novo gestor deve encarar logo no começo de seu mandato. “Vivemos momentos muito difíceis, talvez tenha sido um dos anos mais difíceis da história do País. Muitos empresários perderam seus negócios, um ano com milhares de mortos. Dezenas de milhares de famílias em luto. Agora novamente 2021 começará com uma presença muito grande do vírus e uma das principais decisões será sobre o que fazer com as escolas. A Educação vai ter que se adaptar. Na rede municipal, fizemos reuniões e 80% de pais e educadores decidiram manter as aulas não presenciais. Teremos que fazer essa discussão. Será um ano desafiador e por isso acredito que todos nós possamos dar todo apoio ao novo prefeito”.

Sobre a quantidade de recursos que pretende deixar em caixa, Luciano afirmou que ainda não é possível precisar valores exatos. No entanto, disse que deixa recursos contratados que vão mudar a cara de parte da cidade.

“Só saberemos quanto deixaremos em caixa mais no final de dezembro, quando formos concluindo o trabalho de transição. Mas garanto que a cidade terá dinheiro para cumprir todos os seus compromissos e, além disso, deixaremos uma carta de crédito do Banco Interamericano de Desenvolvimento para investimentos na Baía Noroeste. São obras para deixar a orla de Santo Antônio, passando por São Pedro indo até Andorinhas, igual à orla de Camburi. O dinheiro contratado, cerca de U$ 180 milhões (R$ 955 milhões na cotação desta segunda, 30) vai transformar a cidade”.

Sobre o processo político que levou à eleição de Lorenzo Pazolini, o atual prefeito exaltou a democracia e afirmou que a escolha do eleitor deve ser respeitada.

“O processo de escolha deve ser sempre respeitado. Principalmente quando o resultado é adverso. Respeitar quando é a favor é muito fácil. Temos que ter humildade de confiar na escolha do povo e torcer para dar certo. Passei 8 anos em dedicação exclusiva. Começou a chover na cidade eu não durmo mais. É como se fosse um síndico de uma cidade inteira. Nas circunstâncias que encaramos, com a crise econômica de 2014, perda de receitas com o fim do Fundap e agora pandemia, vejo o saldo como positivo. Todas as pesquisas mostram 70% de aprovação da minha gestão. Saio da prefeitura com sensação de dever cumprido. É um trabalho que demanda energia total. Em 1° de janeiro retomo minhas atividades como professor, como médico e vou me dedicar à minha família".

Quando perguntado se deixaria alguma recomendação ao sucessor, Luciano Rezende foi taxativo: “Não acho que cabe deixar nenhuma recomendação. Pazolini teve uma vitória brilhante e a democracia tem essa força. Só desejo sucesso absoluto e que até 31 de dezembro ele possa ter todas as informações para iniciar em alta velocidade”.

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