Sabemos o quão importante é a prática de exercícios físicos e esportes para a saúde e muitos estudos sempre investigaram a relação entre o exercício e a resposta imunológica do organismo, mas atualmente, pelas preocupações com a covid-19, a capacidade de defesa do corpo, que sempre foi essencial, tornou-se a notícia do momento.
No entanto, a intensidade/duração adequada de exercícios que levam a melhora imunológica ideal ainda não foi estabelecida com precisão. O que sabemos é que é preciso encontrar um equilíbrio para que se estabeleça um ponto ótimo de aproveitamento do treino, isto é, as adaptações impostas pelo esforço físico sejam suportadas pelo corpo e o mesmo retorne mais “forte” de cada sessão de treino e não desande de vez.
O estresse causado pelo esforço físico estimula todo o corpo humano a se readaptar e melhorar sua capacidade em vários níveis, como metabólico, energético, cardiopulmonar, muscular, entre outros e as células de defesa, sistema imunológico, fazem parte dessa melhoria.
Sessões únicas de exercícios físicos estimulam o sistema imunológico tanto na defesa imediata (celular) e tardia (humoral),o mais importante é encontrar o equilíbrio entre exercícios muito intensos e prolongado, pois, atletas submetidos a treinos exaustivos experimentam uma diminuição na imunidade e um aumento do risco de infecção do trato respiratório superior durante os períodos de treinamento pesado e competição.
Logo treinar de forma adequada e principalmente atenção a recuperação satisfatória deve ser observados e buscado todos os dias e ficar atento a fatores que podem agravar a capacidade de resposta imunológica como: viagens de longa distância; baixa ingestão calórica, em especial carboidratos; sono inadequado; altos níveis de estresse psicológico e ansiedade; sintomas de depressão e períodos de treinamento intensificado durante o inverno são exemplos de fatores que podem levar a queda e piora da imunidade e riscos de infecções.
No início do exercício, a homeostase (equilíbrio do corpo) é interrompida e várias respostas neuroendócrinas, metabólicas e imunológicas são induzidas em proporção à intensidade e duração do exercícios: as células imunológicas como leucócitos, células T, B e natural killer, imunoglobulinas e citocinas, mudam constantemente durante e após cada sessão de treinamento e podem influenciar na resistência do corpo às doenças.
Assim, tanto o número quanto a função dos linfócitos são alterados com o exercício, apresentando em seu comportamento um aumento no número de células durante a atividade, seguido de redução no período pós-exercício. No caso de exercício intenso de longa duração ocorre um período de imunossupressão derivado principalmente das altas taxas de hormônio de estresse que estão circulantes na corrente sanguínea, reforçando focar em treinos a longo prazo e de intensidade moderada, assim o indivíduo passa a apresentar um risco menor de infecções.
Em modelos humanos e animais, o exercício de longa duração (maior que 2 horas) e/ou exercício intenso (maior que 80% do consumo máximo de oxigênio, VO2máx) está associado a marcadores de imunossupressão, mostrando que exercícios de longa duração e/ou intensos podem tornar os humanos mais suscetíveis as infecções (principalmente infecções do trato respiratório superior), o que pode aumentar o risco de infecção e agravamento por covid-19.
Por outro lado, estudos clínicos e translacionais em humanos demonstraram que exercícios regulares de curta duração (ou seja, 45 – 60 min) e exercícios de intensidade moderada (50 a 70% VO2máx), realizados pelo menos 3 vezes por semana são benéficos para a resposta imunológica, particularmente em idosos e pessoas com doenças crônicas.
Embora o número relatado de casos de covid-19 em crianças/adolescentes seja relativamente baixo, é importante notar que exercícios crônicos moderados e/ou treinamento físico em crianças e adolescentes saudáveis estão associados a uma redução na incidência de infecção e uma recuperação mais rápida do sistema imunológico.
Então não pense que o treino de hoje já lhe garante a proteção imunológica de amanhã, isso leva tempo de adaptação a chamada imunomodulação pós exercício físico e se você anda treinando muito fique ligado em sua imunidade para não ter infecções, queda do rendimento e qualidade de vida!
Exercício físico sempre de forma Crescente, Consistente e Consciente!