A popular canelite é tecnicamente chamada de síndrome do estresse tibial medial é uma lesão comum que ocorre devido à inflamação do osso da perna, a canela ou tíbia e do tecido adjacente em atletas profissionais, amadores ou simplesmente em quem treina regularmente.
A lesão na canela caracteriza por uma dor na face medial ou interna desse osso, podendo doer somente na corrida, caminhando ou repouso sendo comum nos exercícios de impacto ao solo, tempo e intensidade maiores como corrida, futebol, crossfit, basquete, dança e em militares.
Os treinos e esportes levam a um estresse repetitivo e excessivo pelo choque do pé ao solo e pela tração muscular exercida na canela. Estes processos levam a uma sobrecarga mecânica, com microfissuras e um processo de remodelação que nada mais é que a adaptação do tecido ósseo em ficar mais resistente a carga imposta.
Apesar de várias teorias e tentativas de explicar fatores que levam a canelite como pisada, calçado, terreno ou alterações biomecânicas nenhuma delas é considerado como fatores determinantes na origem da doença.
Quando a capacidade da canela em suportar e se tornar mais resistente ao estresse do treino não ocorre de maneira eficaz em formar um osso mais forte inicia-se de fato a inflamação dos tecidos em torno da canela e sobrecargas musculares desencadeando a síndrome do estresse tibial medial que pode evoluir em casos mais graves para fratura da tíbia.
Os principais fatores de risco são de pessoas que participam de treinos repetitivos de alta-intensidade, corredores recreativos que acumulam mais de 25 km por semana ou que aumentam de forma abrupta a intensidade e quantidade dos treinos em dias sucessivos, essas situações impossibilitam a canela de suportar a carga imposta evoluindo para o estresse tibial medial.
Outros agravantes são nutrição deficiente em componentes essenciais a nutrição óssea, sobrepeso, alterações hormonais e estudos epidemiológicos sugerem que mulheres apresentam maiores riscos se comparados a homens, principalmente em atletas e militares.
O diagnóstico deve ser suspeito em pessoas com aumento recente de atividade física ou em atividade excessiva repetida com repouso limitado com a dor sendo o sinal comum em toda borda interna da canela, principalmente na corrida ou andando, outros sintomas incluem edema local e sinais inflamatórios no osso da perna.
Exames de imagem como raios x, cintilografia, termografia são necessários, mas o exame ideal é a ressonância magnética que irá descartar fraturas ósseas e mostrará melhor as condições dos músculos, tendões e fáscias, o diagnóstico diferencial deve ser excluído com tendinopatias, síndrome compartimental, dores miofasciais e neuropáticas.
Diante de dor na canela deve-se procurar ajuda médica e imprescindível realizar exame de imagem e suspender o treino até ser descartado fratura de estresse, não tendo a fratura assim que a dor for aliviada o treino retorna de forma gradual para recondicionamento muscular e ósseo.
O tratamento é repouso, medidas anti-inflamatórias, alívio da dor, inativação de pontos gatilhos na musculatura da perna, alongamento e recondicionamento muscular.
A fisiatria e medicina esportiva atua com recursos medicamentosos e meios físicos que auxiliam na eliminação do processo inflamatório e dor e auxiliam no fortalecimento ósseo e muscular que serão fundamentais no sucesso do tratamento.
Não deixe a dor e a lesão parar você, procure ajuda!