Médicos monitoram pacientes por telefone o que reduz em 70% a ida aos hospitais
Devido pandemia do coronavírus, Conselho Federal de Medicina autoriza atendimentos médicos virtuais por notebook e smartphones
O uso das novas tecnologias no relacionamento entre médico e paciente ainda provoca muita discussão no setor de saúde no Brasil. Mas, em tempos de pandemia, quando a recomendação das autoridades é ficar em casa, o que fazer quando surge a necessidade de se consultar com um médico?
Diante do atual cenário que o brasileiro vivencia, o Ministério da Saúde junto com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM/ES), aprovaram a regulamentação dos atendimentos médicos a distância, por teletrabalho.
De acordo com a Pasta a liberação da telemedicina ocorrerá excepcionalmente durante o período de pandemia do novo coronavírus, evitando a exposição da população e propagação do Covid-19.
Como serão feitos o atendimentos?
A modalidade poderá ser usada para atendimento pré-clínico, de suporte assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na rede privada.
No setor público de saúde, a cidade de Vitória já tem o serviço à disposição. Basta ligar para o Fala Vitória 156. O prefeito do município Luciano Rezende, disse que esse é um dos passos mais importantes que estão sendo dados. Ele enfatizou que o projeto exigiu um trabalho árduo nos últimos dias até que estivesse pronto para operar. "Mais importante agora é que a gente possa evitar a transmissão do vírus de pessoa pra pessoa. Então, todo o serviço que puder ser feito com pessoas que precisam de atendimento médico a distância, nós estamos dando uma grande contribuição para a diminuição da transmissão do vírus", disse.
Na rede privada, o sistema também já está funcionamento. O sócio-diretor da Unio Group (Cartão de Saúde Preventiva) Alessandro Mendonça, explica que o atendimento é feito diretamente entre médicos e pacientes, estando disponível 24 horas por dia, aceitando todo o tipo de ligação via o 0800. "O profissional vai orientar a respeito dos sintomas, pré diagnosticar o tipo de enfermidade e verificar se existe a necessidade do paciente ir até um hospital", destacou.
Mendonça destaca que atuar com saúde preventiva é uma forma de evitar a aglomeração nos hospitais. "A cada dez ligações conseguimos reduzir em sete vezes o número de idas aos Pronto Atendimentos, porque a maioria dos atendimentos médicos são eficazes via contato telefônico. Podemos dizer que este serviço pode reduzir em até 80% a aglomeração dos hospitais".
A Unio Group alerta que é importante enfatizar que a telemedicina aprovada neste momento de pandemia não previne apenas a contaminação do coronavírus, mas de inúmeras doenças infectocontagiosas causadas por vírus, fungos e bactérias, como a gripe e até mesmo a tuberculose, que também são transmitidas por via respiratória. "É um serviço que deve continuar sendo oferecido a população, com ou sem pandemia", completa Alessandro Mendonça.
Prescrição e atestado
Tanto no setor público de saúde quanto na rede privada, não é recomendado a prescrição de medicação por telefone. Estes profissionais só podem emitir atestados e receitas, desde que sejam assinados eletronicamente, contendo informações sobre o médico do atendimento.
Segurança
De acordo com o Ministério da Saúde toda a consulta deverá ser, obrigatoriamente, registrada em prontuário clínico com indicação de data, hora, tecnologia da informação e comunicação utilizada e o número do Conselho Regional Profissional do médico e sua unidade da federação. Os profissionais também deverão seguir os requisitos estabelecidos pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
