Saúde

Covid-19: usar máscaras protege tanto quanto vacina, diz subsecretário de Saúde do ES

Em entrevista a Pan News Vitória, Luiz Carlos Reblin disse que, na falta das vacinas, usar m´áscaras é fundamental; segundo o subsecretário, usando o item de proteção, o risco de contaminação cai cerca de 90%

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC

O número de casos e óbitos por covid-19 varia diariamente há mais de um ano. No Espírito Santo, vivemos o que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) chama de “terceira onda”. Nesta terça-feira (20), em entrevista à rádio Pan News Vitória, o subsecretário estadual de saúde, Luiz Carlos Reblin, explicou o que significa o termo.

Segundo Reblin, para caracterizar uma “onda”, é necessário que haja um pico no número de casos da doença, seguido de uma queda onde os casos sejam praticamente zerados.

Foto: TV Vitória
“Isso não aconteceu no Brasil e nem aqui no Espírito Santo. As pessoas acabam chamando de primeira onda e segunda onda porque fica mais fácil de entender, mas não temos um número zerado que caracterize a onda. O que temos é elevação do número de casos e descida. Isso é o que chamamos de onda”, explicou.

A variação do número de casos traz, muitas vezes, uma falsa sensação de tranquilidade para o capixaba. De acordo com o subsecretário, à medida em que os registros caem, o capixaba tende a entender que a pandemia está controlada. E, segundo Reblin, é aí que mora o problema.

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Redução no número de casos afeta o uso da máscara 

O subsecretário explicou que a população tem dado menos atenção à orientação de segurança mais eficaz: o uso de máscaras. Reblin destacou que usar o equipamento de proteção é tão importante quanto se vacinar. Acontece que usar a máscara reduz em até 90% a chance de se contaminar com o novo coronavírus.

“A gente percebe que as pessoas acabam relaxando naquilo que é mais importante na ausência da vacina: a máscara. Ela precisa ficar no rosto, cobrir o nariz e ser trocada de 3 a 4 vezes ao dia”, reforçou.

A orientação foi ainda mais precisa. De acordo com o subsecretário, é importante se atentar também ao tipo de máscara usada. “De preferência, usar uma máscara com poder filtrante. Se não puder, use duas máscaras de tecido, ou uma cirúrgica (que é descartável) e uma de tecido”, explicou Reblin.

Foto: TV Vitória

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a previsão é de que a partir de maio, o capixaba enfrente uma nova onda da doença, por isso a recomendação, mais que nunca, é para se proteger. 

“Se tivermos uma nova variante circulando em maio, teremos mais uma curva. O capixaba não pode achar que a máscara é apenas um protocolo para entrar em estabelecimentos. Usar a máscara de maneira adequada é fundamental e é para preservar a saúde”, finalizou.

Ouça, na íntegra, a entrevista do subsecretário para a Pan News Vitória:

Entrevista Pan News Vitória

Nova variante do vírus exige novos cuidados

As novas variantes da doença têm apresentado uma taxa de transmissibilidade maior do coronavírus, e por isso países como a França passaram a desaconselhar o uso de máscaras caseiras e a indicar as que garantem uma filtragem superior a 90%.

Foi nesse novo cenário que todas as atenções se voltaram para máscaras profissionais como a PFF2 e a N95, ambas com filtragem de 95%.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), determinou que máscaras de pano devem ter mais de uma camada de proteção para que uma pessoa possa entrar em aeroportos e aviões. As novas regras também proíbem qualquer tipo de máscara de acrílico, plástico transparente ou tenha válvula de expiração nesses locais.

Foto: Reprodução/Pexels

Apesar de oferecerem uma proteção maior - nas de tecido a proteção é de cerca de 70% -, as máscaras profissionais são mais rígidas e precisam ser ajustadas à face, o que pode dificultar o uso correto.

As narinas são as principais vias de contaminação pelo SARS-CoV-2, por isso é importante manter a área protegida, deixando a máscara ajustada ao rosto, cobrindo o nariz e a boca.

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Cuidados na hora de escolher a máscara

A infectologista Carolina Salume explicou que estudos desenvolvidos nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano, apontaram para a necessidade de uma atenção maior na hora de escolher as máscaras.

O uso das máscaras de tecido, que são as mais comuns, ainda é indicado para a população, porém, a recomendação é que seja usado, de uma só vez, duas máscaras. "Ao usar duas máscaras de tecido, você precisa ter a certeza que ela está bem acoplada e vedando o rosto, ou seja, não permitindo que as secreções escapem", disse.

No caso da máscara cirúrgica, a recomendação é que seja dado um nó, próximo ao ouvido, para que ela vede completamente a boca, o nariz e o queixo. 

A infectologista destacou, ainda, que não há uma especificação de tecido exato. Segundo ela, caso não seja possível usar a N95 ou a PFF2, o melhor é utilizar duas de pano. Mas é importante que elas sejam lavadas diariamente, com o uso de água corrente e sabão.

Foto: Unplash

Apesar da máscara de tecido ter uma durabilidade maior, já que pode ser lavada, é preciso ficar atento à saturação, ou seja, quando ela é usada por muito tempo. Isso pode ser percebido pela dificuldade na respiração e pela transpiração intensa. Quando esses sinais surgirem é hora de trocar.

Ainda de acordo com a infectologista, o uso de filtros de papel embaixo da máscara não é confiável. "A solução mais eficaz é o uso de duas máscaras de tecido para evitar a contaminação e os cuidados de higiene que devem ser mantidos", frisou.

Outros cuidados importantes:

- Evite colocar a mão toda hora no rosto;

- Não vire a máscara, ou seja, não varie o uso da parte externa com a parte interna. "O lado de fora da máscara está contaminado e não deve ser reutilizado de forma alguma", destacou a infectologista.

- Higienize sempre as mãos quando for tirar a máscara para comer ou beber algo; 

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