Saúde

Especialista dá dicas de como usar a tecnologia para monitorar a saúde do coração. Entenda

Apesar de muito usados, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a eficácia dos smartwatches, os relógios inteligentes. Veja como usá-los de maneira correta

Bianca Santana Vailant

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/ Freepik

Os smartwatches, ou relógios inteligentes, são muito usados por quem pratica exercícios para monitorar - entre outras coisas - a frequência cardíaca. Mas recentemente percebemos que os acessórios ultrapassaram barreiras, e já não são usados somente por atletas, mas no dia a dia de quem, além de monitorar a saúde e o desempenho durante exercícios, é fã da tecnologia. 

Apesar de muito usados, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a eficácia desses dispositivos. Nós procuramos quem entende do assunto para esclarecer essa dúvida e, segundo o cardiologista José Guilherme Cazelli, investir em  tecnologia para cuidar da saúde é uma boa decisão. 

"Quanto maior o investimento da empresa, melhores os acessórios, Já existem até estudos científicos que os comparam com equipamentos médicos. Eles são úteis tanto para monitorar a frequência cardíaca durante a atividade física quanto para monitorar a saúde no dia a dia", disse. 

O especialista explicou que é importante saber que os relógios inteligentes não são tão precisos quanto exames, mas podem servir como um sinal de alerta para os pacientes. 

"Eles não são equipamentos médicos, apenas vão fornecer alguns dados. Esses dados não podem ser interpretados de qualquer maneira, devem ser analisados em um contexto e com ajuda de um médico", explicou. 

Variações na frequência cardíaca são esperadas

Uma das informações fornecidas pelos relógios é a frequência cardíaca, que indica a quantidade de vezes em que o coração bate por minuto. O valor normal, em adultos, varia entre 60 e 100 batimentos por minuto em repouso. 

Porém, a frequência considerada normal tende a variar de acordo com alguns fatores, como a idade, o nível de atividade física ou a presença de alguma doença cardíaca. "Durante uma atividade f´ísica a frequencia cardíaca de todos sobe, mas esse aumento varia de acordo com a pessoa", afirmou o cardiologista. 

José Guilherme ensinou um cálculo simples para saber se a frequência cardíaca está muito alta durante um exercício. Primeiro, é preciso subtrair a sua idade de 220. O valor do cálculo indica uma média ideal para os batimentos. 

Vamos imaginar, por exemplo, um adulto de 20 anos. Primeiro fazemos a subtração: 220 - 20 (idade) = 200. Segundo o especialista, a frequência cardíaca deste paciente deve atingir em torno de 80% deste valor, ou seja, 160 batimentos por minuto. 

"Essa é uma conta rápida, mas que pode ajudar a acompanhar os batimentos durante exercícios. Atingir essa meta de 3 a 5 vezes por semana, em torno de 30 minutos a uma hora, ajuda a melhorar o condicionamento físico", explicou. 

Benefícios vão além do monitoramento de dados

Ainda segundo o cardiologista, a tecnologia dos relógios pode ajudar a evitar problemas mais graves. "Esses relógios detectam arritimias que são muito comuns em idosos, como a fibrilação atrial. Nesses casos, pesquisas mostraram uma efic´ácia de 99%". 

Em alguns casos, ele também ajuda a identificar casos de problemas sem sintomas. "Muitas vezes as pessoas que não estão sentindo nada têm informações que as fazem buscar atendimento médico. O relógio não é um equipamento que vai te dar um diagnóstico, mas ele pode dar pistas de que você precisa de atendimento. Esses dados fazem com que o médico investigue melhoro problema", finalizou. 

Apesar das facilidades do equipamento, o cardiologista explicou que usar os relógios não excluem a importância das consultas de rotina.

Principais causas de alteração da frequência cardíaca

Acima de 100 bpm:

Nem sempre o aumento das batidas do coração é causado por alguma situação preocupante. O coração pode ficar batendo mais forte ou acelerado em situações do dia a dia como:

- Diante de fortes emoções;

- Ataque de pânico ou ansiedade;

- Durante a relação sexual;

- Quando há febre;

- Durante a prática de exercícios;

- Ao fazer algum esforço;

- Devido ao uso de medicamentos;

- Quando a pressão está alta;

- Devido a ingestão de grandes quantidades de álcool ou cafeína;

- Quando existe alguma doença cardíaca, aterosclerose ou hipertensão.

Sinais de alerta para o coração

Em casos em que a pressão está alta, acima de 140 x 90 mmHg, o paciente pode sofre com taquicardia e, caso a pressão continue subindo, há risco de infarto. Os sintomas de infarto incluem dor no peito ou no braço, sensação de má digestão, tontura e suor frio.

Caso a pessoa apresente aumento da frequência cardíaca mais de 3 vezes por semana, mesmo quando encontra-se em repouso, ou seja, sem fazer nenhum esforço, é necessário procurar um cardiologista.


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