Saúde

Plano de saúde para pets: vale a pena contratar?

Descubra os benefícios, desafios e se contratar uma operadora para cuidar da saúde do seu animal de estimação é a melhor escolha para o seu animal. Leia mais

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Freepik

Para muitos brasileiros, os animais de estimação são considerados membros da família, merecendo os mesmos cuidados de saúde e bem-estar que os humanos. Uma das formas de garantir essa proteção é contratando um plano de saúde para pets, serviço que tem se popularizado nos últimos anos.

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A PetLove, uma das maiores empresas do setor, registrou um aumento de 100% no número de animais de estimação segurados em relação a 2022, atingindo a marca de 244 mil animais em sua carteira de clientes. 

No entanto, apesar desse crescimento, apenas 0,4% da população de cães e gatos no Brasil está coberta por planos de saúde, segundo dados do Instituto Pet Brasil. Somente esses dois tipos de animais de estimação são cobertos pelas operadoras.

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A cobertura de planos de saúde para pets no Brasil é significativamente menor se comparada a outros países. Nos Estados Unidos, 2,5% dos pets têm plano de saúde, enquanto no Reino Unido esse número chega a 25% e na Suécia, 40%.

Benefícios de um plano de saúde para pets

Os principais motivos para contratar um plano de saúde para pets incluem a segurança financeira e a garantia de cobertura para procedimentos caros, como internação por período prolongado. 

Em entrevista ao Estadão, Maria Manran Mangabeira destaca: 

"Eu já deixei (o dinheiro de) um carro popular para curar meu antigo cachorro quando ele precisou. Quando vem a necessidade, a gente faz o que pode e até o que não pode, porque o cachorro vira família. Para não ter surpresas de novo, eu fiz o plano”, explica a engenheira de 30 anos, tutora do beagle Caju.

A arquiteta Andressa Bofete, de 28 anos, tutora da shih-tzu Cacau, de 1 ano, resumiu ao Estadão porque decidiu contratar um plano de saúde para cuidar de uma raça propensa a alergias e coceiras: "Ela é minha filha", brinca.

Outra que também optou por contratar uma cobertura de saúde foi a engenheira ambiental Mayana Moura, tutora do golden retriever Apolo, de 10 anos, que começou a apresentar problemas degenerativos.

Desafios e dicas na contratação

No Brasil, a falta de regulamentação específica para planos de saúde de animais pode causar dificuldades na contratação e uso dos serviços. Não existe uma agência reguladora como a ANS.

Desta forma, não existe um rol de procedimentos obrigatórios, prazos de carência ou outros critérios mínimos para a cobertura. Fica a critério de cada plano de saúde.

Leonardo Burlini Soares, diretor técnico do CRMV-SP, explica que é obrigatório o plano estar registrado no site do Conselho, com anotação de responsabilidade técnica de um veterinário.

“Tive experiências bem ruins com o primeiro plano que comprei para a Cacau. Paguei caro, o aplicativo era ruim e, quando mais precisei, quando ela não estava comendo e vomitando sangue, não conseguimos contato com ninguém para internar”, disse Andressa. 

Ela optou por trocar de operadora e afirma que hoje, a experiência tem sido melhor: “Consigo ver tudo ao que tenho direito no aplicativo e a comunicação é rápida. Existe um site, um suporte”, disse ao Estadão.

Segundo a veterinária Renata Tolezano Pires, coordenadora clínica na Rede WeVets, as consultas veterinárias podem variar de R$ 165 para consultas de rotina até R$ 20 mil para procedimentos cirúrgicos complexos.

Para quem deseja garantir tratamentos médicos mais sofisticados para seu pet, mas não pode arcar com os altos custos, contratar um plano de saúde pode ser uma excelente opção. No entanto, é essencial estar atento às coberturas, que podem variar conforme o plano escolhido.

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No caso do beagle Caju, que tem plano de saúde desde que nasceu, a castração e as primeiras vacinas estavam incluídas na cobertura. 

“A nossa abordagem em relação à saúde do cachorro mudou bastante. Não esperamos que ele fique mal para ver se melhora no dia seguinte. Qualquer sintoma diferente, eu já levo ao veterinário”, explica Maria.

Como funciona um plano de saúde para pets?

Os planos de saúde para pets funcionam de maneira similar aos planos de saúde para humanos. O tutor paga uma mensalidade fixa e tem acesso a uma rede credenciada de clínicas, hospitais e laboratórios. 

Algumas empresas oferecem coparticipação ou reembolso para situações de emergência fora da rede credenciada.

“Caso seja uma emergência, oferecemos reembolso. Nosso foco é salvar a vida do pet. Para ter um suporte rápido e próximo, a gente libera o uso de veterinário que não seja da rede credenciada nessas situações”, disse João Gomes, diretor comercial da Dog Life, outra empresa que atua no setor, ao Estadão.

Custos e coberturas

Os planos variam de R$ 19,90 a R$ 299,90 por mês, cobrindo desde vacinas básicas até consultas 24h, atendimentos com especialistas, exames de imagem, cirurgias, internações e remoção de tártaro.

É fundamental ler o contrato completo, observar períodos de carência (que pode variar de 15 a 240 dias), proximidade das clínicas e qualidade dos serviços oferecidos.

Alguns planos, por exemplo, ajustam os preços com base na idade, raça, porte ou condições de saúde pré-existentes dos animais. Em outros, animais idosos não são aceitos.

Segundo a veterinária Renata, é crucial prestar atenção às especificidades de cada raça. Pugs e bulldogs ingleses, por exemplo, têm maior risco de problemas respiratórios e de pele, enquanto pastores alemães podem desenvolver displasia do quadril. 

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Gatos persa têm tendência a problemas respiratórios e renais. Por isso, é essencial escolher um plano que cubra os tratamentos mais comuns na raça do seu animal.

Além disso, é necessário verificar as exigências de cada plano. Na Petlove, por exemplo, a microchipagem é obrigatória. 

“Isso facilita o atendimento ao pet, elimina a necessidade de carteirinha ou identificação do tutor e é extremamente importante em casos de perda do pet”, explica Fabiano Lima, CEO de saúde da empresa. 

Todos os clientes do plano recebem o microchip gratuitamente, que é inserido por uma injeção subcutânea.

Na Dog Life, a microchipagem não é obrigatória, mas o serviço é oferecido gratuitamente. 

“Como isso pode causar desconforto em alguns tutores, não obrigamos o uso. Mas, se desejarem, o procedimento é gratuito. Para aqueles que não gostam da ideia, oferecemos uma carteirinha virtual que é feita quando o plano é contratado”, explica Gomes.

Como saber se ter um plano vale a pena ou não?

Para avaliar se a contratação de um plano de saúde para pets vale a pena, é essencial colocar os custos no papel e analisar as vantagens e desvantagens das empresas que oferecem o serviço. Essa análise não deve se basear apenas na saúde atual do animal. 

"Para mim, o plano sempre é benéfico pela segurança que oferece, mas, com os reajustes anuais, ele pode ser mais vantajoso financeiramente em alguns anos. Por exemplo, no ano passado, o Caju só precisou de vacinas, o que seria mais barato particular. Mas este ano, ele precisou de uma cirurgia ocular, que incluiu oftalmologista, exames e internação, então saí no lucro", disse Maria.

De acordo com especialistas, os procedimentos mais comuns atualmente são consultas de rotina, vacinas e exames. "Em cães, as doenças mais frequentes incluem problemas dermatológicos e gastrointestinais, que causam vômito e diarreia", afirma a veterinária Renata.

Nos gatos, doenças como leucemia felina, panleucopenia felina, rinotraqueíte e Doença do Trato Urinário Inferior Felino (DTUIF) são bastante prevalentes. "A prevenção, especialmente por meio da vacinação e alimentação adequada, é crucial para a saúde felina", destaca Renata.

Evitar alimentação humana inadequada, proporcionar passeios regulares para prevenir problemas comportamentais e manter uma higiene adequada reduzem significativamente o risco de problemas de saúde.

Tendo em vista os custos veterinários relativos a serviços médicos, contratar ou não um plano de saúde deve ser uma decisão pensada com calma, visando o bem-estar do seu pet.

*Com informações do Estadão

Este conteúdo foi produzido com o auxílio de ferramenta de Inteligência Artificial e revisado por editor do jornal
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