Malária no ES: Nova remessa de medicamentos é encaminhada para Vila Pavão
De acordo com a Secretaria de Saúde, os números de casos diários já diminuíram, mas as ações continuam
Continuam as ações para combate e controle do surto de malária que atinge cidades do Noroeste do Espírito Santo. Na manhã desta sexta-feira (10), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que recebeu mais 20 kits com 500 testes rápidos de malária. Até o momento, foi levado para Vila Pavão, município com maior incidência da doença, um total de 3.390 comprimidos e 1.199 frascos de medicamentos injetáveis.
Outra remessa de medicamentos deve chegar ao Estado neste sábado (11), enviada pelo Ministério da Saúde. A quantidade de comprimidos enviadas pelo Governo Federal são suficientes para o tratamento de 350 pacientes. Até a tarde desta quinta-feira, 112 casos já foram confirmados pela Sesa. Desse total, 92 casos foram registrados em Vila Pavão e 20 em Barra de São Francisco. Uma morte já foi confirmada por conta da doença.
Nesta sexta-feira, durante entrevista coletiva, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, ressaltou que os casos confirmados continuam concentrados nos municípios de Vila Pavão e Barra de São Francisco. Segundo ele, o caso da mulher com a doença em Vila Velha não é motivo para preocupação. "Ela contraiu essa doença em Vila Pavão. Foi identificada e já está tratada, não transmite mais e não causa mais nenhuma preocupação. O surto está naquela região e nossa estratégia é mantê-la lá", disse.
O secretário ainda destacou que as medidas de contenção trabalhadas pela Sesa e pelos municípios já estão provocando uma redução no número de casos novos de malária e nenhum outro óbito nem casos graves da doença foram registrados. Ele também esclareceu que o mosquito não é urbano, como o causador da dengue. O transmissor da malária vive em área silvestre e, por isso, é pequena a possibilidade de haver casos da doença fora da região onde acontece o surto.
“O surto está circunscrito aos municípios de Vila Pavão e Barra de São Francisco, e não é no centro urbano, é no interior. Nós acionamos as vigilâncias em saúde de todo o Estado para que fiquem atentas a pessoas que procurem os serviços de saúde com sintomas semelhantes aos de malária, mas esta é uma medida padrão, que precisa ser feita como prevenção”, detalhou Oliveira.
Ações
Ainda durante a coletiva, a Sesa destacou algumas ações que já foram realizadas no combate à doença, como por exemplo, o trabalho que está sendo realizado na busca de pessoas com sintomas de malária em Vila Pavão e em territórios do entorno, bem como entre pessoas que tiveram contato com moradores ou visitantes da região que adoeceram.
Também foi realizada orientação aos profissionais e investigação de casos no Hospital Estadual Alceu Melgaço Filho, em Barra de São Francisco, e no Hospital São Marcos, em Nova Venécia. Uma equipe de 25 profissionais está realizando análise laboratorial para diagnóstico da doença, dentre outras ações, como a distribuição de repelentes para a população e o tratamento para casos confirmados.
Orientações
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recomenda que os serviços de saúde de todo o estado fiquem atentos a pacientes que busquem atendimento apresentando sintomas indicativos de malária. A doença começa com febre e fraqueza e se desenvolve com dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos.
Nestes casos, os profissionais de saúde devem questionar o paciente se ele esteve no município de Vila Pavão recentemente (ou em alguma área de transmissão da doença) ou se entrou em contato com alguém que reside ou que esteve na localidade. Para a população, a orientação é buscar atendimento imediatamente se começar a apresentar um destes sintomas.
Os sintomas da malária não aparecem de imediato. Eles surgem depois de transcorrido o período de incubação, que é o tempo compreendido entre a penetração do parasita no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas – o que pode levar de 7 a 14 dias, em média, podendo chegar até 60 dias. Após esse período, a pessoa começa a sentir os sintomas. O período do tratamento dura de dois a sete dias.
Não há vacina contra malária, mas existem várias medidas de proteção individual que podem ser adotadas pela população para reduzir a possibilidade da picada do mosquito transmissor da doença, como usar repelente; usar cortinados e mosquiteiros; usar telas em portas e janelas; evitar frequentar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rio ou áreas alagadas ao final da tarde até o amanhecer; usar calças e camisas de mangas compridas e cores claras.