Saúde

Doença pode acometer pessoas e animais: saiba como identificar a esporotricose!

A micose subcutânea surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele.

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Atualmente, sua ocorrência está cada vez mais relacionada à transmissão por animais, principalmente a partir de gatos domésticos infectados. 

Antigamente a esporotricose era conhecida como a "doença dos jardineiros”, porque o fungo transmissor da micose (Sporotrhix spp) habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos e madeira. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o fungo acomete, especialmente, indivíduos que residem em países de clima tropical e subtropical.

A doença é uma micose subcutânea, que é capaz de infectar pessoas e animais através de feridas abertas e corpos penetrantes, como os espinhos. Mas, de acordo com a médica veterinária Myrna Peres, hoje em dia, esse micro-organismo é capaz de penetrar a pele íntegra (sem feridas ou lesões). 

Ainda de acordo com a veterinária, a esporotricose pode ser encontrado em todo mundo e cresce em detritos orgânicos úmidos (são sobras de animais ou vegetais). "O número de organismos encontrados nos fluidos de drenagem é muito maior em gatos do que em outras espécies, o que aumenta o risco de transmissão para outros animais ou seres humanos", alertou. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença pode ser classificada em quatro tipos. 

Esporotricose cutânea: caracteriza-se por uma ou múltiplas lesões, localizadas principalmente nas mãos e braços.

Esporotricose linfocutânea: é a forma clínica mais frequente! São formados pequenos nódulos, localizados na camada da pele mais profunda seguindo o trajeto do sistema linfático da região corporal afetada. A localização preferencial é nos membros.

Esporotricose extracutânea: quando a doença se espalha para outros locais do corpo, como ossos, mucosas, entre outros, sem comprometimento da pele.

Esporotricose disseminada: acontece quando a doença se espalha para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos ou sistemas pulmonar, ósseo, e fígado. 

A médica veterinária alerta que em relação ao pet, é preciso que o dono esteja atento aos sinais. "O felino apresenta lesões na pele que não cicatrizam e evoluem rapidamente. Na pele é caracterizado por nódulos avermelhados. Também pode ser observado que as lesões lembram abcessos e feridas por brigas, sendo mais comum encontra-las na face, no plano nasal, na base da cauda e nas pernas, e as lesões podem ser múltiplas ou solitárias", destacou a médica. 

Na forma linfocutânea, Myrna Peres explica que aparecem nódulos cutâneos, que progridem para úlceras com secreção na pele, com comprometimento do sistema linfático. "É uma forma disseminada, é possível observar lesões ulceradas generalizadas no pet, além de apatia, febre, anorexia e alteração no trato respiratório. Já em cães a forma mais comum é a cutânea", explicou a especialista. 

Diagnóstico 

A veterinária alerta que quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maior são as chances de cura e menor as chances de contaminação, em humanos ou outros animais.