Especialistas estão preocupados com o aumento dos casos de câncer de pulmão em mulheres
Oncologistas alertam sobre o combate ao fumo, porque o hábito que vem crescendo entre o público feminino e é o principal fator de risco para a doença.
O câncer de pulmão é o tumor maligno que mais mata no Brasil. A estimativa, válida para o biênio 2018/2019, é de um registro de 31.270 casos por ano dessa doença no Brasil. Entre o sexo feminino está havendo um aumento na incidência: uma em cada seis mulheres no mundo desenvolve essa enfermidade, segundo a Agência Internacional Para a Pesquisa sobre Câncer (IARC).
A prevenção a esse mal passa pelo combate ao seu principal fator de risco: o tabagismo. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo ou à exposição passiva a derivados de tabaco.
“Quem fuma ou fica exposto à fumaça do cigarro e outras formas de tabagismo corre um grande risco de desenvolver câncer de pulmão”, alerta o rádio-oncologista Pérsio Pinheiro de Freitas.
Entre outros fatores de risco, estão a exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina A, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão. Além disso, os trabalhadores rurais, da construção civil, da fundição de metais e em indústrias (alumínio, borracha, cimento e gesso, gráfica e papel, fertilizantes, entre outros) também estão mais suscetíveis a desenvolver o tumor.
Para as mulheres, há um motivo de preocupação a mais, no momento. Isso porque a incidência da doença entre elas tem aumentado desde 1990. No Brasil, esse crescimento tem sido na média de 5% ao ano. “Trata-se de um número alarmante, que tem a ver com a exposição crescente das mulheres ao tabaco”, observa Pérsio de Freitas.
Para piorar o quadro, a maior parte dos casos de câncer de pulmão é detectada já em estágio avançado, quando a chance de cura torna-se menor. Apenas um em cada quatro casos costuma ser descoberto ainda em fase inicial. Em metade dos casos, o diagnóstico foi feito quando já havia metástase.
“A maioria dos pacientes só apresenta sinais e sintomas quando a doença já está em fase avançada. Mas quem está no grupo de risco, devido ao tabagismo ou outros fatores ligados à respiração, como a poluição do ar, deve se submeter a exames periódicos, como forma de prevenção”, orienta o rádio-oncologista.